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Russo que revelou impacto de Sochi declara greve de fome

Ecologista russo que denunciou o impacto ambiental das obras dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi delcarou greve de fome

O ecologista russo Yevgueni Vitishko: Vitishko deixou de comer no sábado, na prisão onde deve cumprir 15 dias de detenção administrativa (AFP/Getty Images)

O ecologista russo Yevgueni Vitishko: Vitishko deixou de comer no sábado, na prisão onde deve cumprir 15 dias de detenção administrativa (AFP/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 17 de fevereiro de 2014 às 13h42.

Moscou - O ecologista russo Yevgueni Vitishko, condenado na semana passada a três anos de prisão após denunciar o impacto ambiental das obras dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, se declarou em greve de fome.

Vitishko deixou de comer no sábado na prisão preventiva da cidade de Tuapsé, na qual deve cumprir 15 dias de detenção administrativa e depois será transferido a uma penitenciária para cumprir sua pena, segundo informa nesta segunda-feira o site "Gazeta.ru".

A organização Guarda Ecológica do Cáucaso Norte denunciou que seu colega está impedido de fazer ligações telefônicas, receber pacotes e se reunir com seus familiares, além disso que em sua cela não há água e nem vaso sanitário.

"Vitishko está na cela em que passei o Ano Novo. Ali não existem nem as condições sanitárias mais elementares. Ao invés do vaso sanitário, há um cubo", afirmou o ativista Alexei Mandriguel.

A Anistia Internacional (AI), que declarou o ecologista como prisioneiro de consciência, acusa as autoridades russas de tentar silenciar Vitishko.

Segundo a imprensa local, o Comitê Olímpico Internacional (COI) entrou em contato com o comitê organizador de Sochi para avisar sobre o caso.

Vitishko, de 40 anos e membro do partido opositor Yabloko, foi condenado a três anos de prisão por causar danos em novembro de 2011 na casa de campo do governador regional, Aleksandr Tkachov.


Aparentemente, Vitishko e outro ativista, Surén Gazarián, pintaram e cortaram parte da cerca para chegar à propriedade, para cuja construção foram cortados vários pinheiros.

As autoridades locais, que foram criticadas desde a concessão a Sochi dos Jogos em 2007 por assestar um prejuízo irreparável ao entorno ambiental da zona, negam que essa propriedade pertença ao governador.

Gazarián, que também foi condenado a três anos de prisão em 2012, fugiu da Rússia há dois anos e vive atualmente na vizinha Estônia.

A AI chamou na semana passada o presidente do COI, Thomas Bach, para que tome medidas contra a perseguição dos ecologistas russos, vários dos quais foram condenados a penas administrativas nas últimas semanas.

A princípio, as autoridades russas se viram obrigadas a mudar seus planos de construção das instalações olímpicas depois que o Greenpeace e outras organizações denunciaram seus planos de edificação em parques naturais do Cáucaso.

Os ecologistas denunciam que as obras olímpicas contaminaram os cursos fluviais, deteriorado o ecossistema e modificado as condições climatológicas da zona.

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