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Rússia retirará apoio ao Irã caso o país mantenha processo

A Rússia, que havia assinado nos últimos anos vários contratos multimilionários de venda de armas a Teerã, considera que o comportamento do país islâmico não é correto


	Vladimir Putin: a Rússia se manifestou no ano passado, surpreendida pela decisão iraniana de apelar aos tribunais em vez de optar por um compromisso
 (Anatoli Maltsev/AFP)

Vladimir Putin: a Rússia se manifestou no ano passado, surpreendida pela decisão iraniana de apelar aos tribunais em vez de optar por um compromisso (Anatoli Maltsev/AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de agosto de 2012 às 14h17.

Moscou - A Rússia está decidida a retirar seu apoio diplomático ao Irã se o país islâmico manter seu processo judicial contra Moscou pelo governo russo negar o fornecimento de mísseis antiaéreos S-300, medida alinhada com as sanções internacionais impostas pela ONU.

"Apoiamos, mantemos uma postura construtiva nas negociações nucleares e veja como nos pagam", argumentou uma fonte governamental russa citada nesta sexta-feira pelo jornal "Kommersant".

A Rússia, que havia assinado nos últimos anos vários contratos multimilionários de venda de armas a Teerã, considera que o comportamento do país islâmico não é correto, e adverte que a disputa judicial pode passar ao plano político.

"Já informamos ao Irã que a reclamação não contribui para o desenvolvimento de nossas relações, mas nossos pedidos para que retirem os documentos dos tribunais não foram ouvidos", disse um porta-voz da presidência russa.

Em uma última tentativa de convencer o governo iraniano, o Kremlin enviará em breve a Teerã uma nova delegação governamental antes que sejam retomadas as negociações entre o Irã e as grandes potências.

"Se recebermos uma nova recusa, o Irã ficará sozinho nas negociações nucleares com a comunidade internacional", afirmou o porta-voz. Entretanto, a fonte do Kremlin acredita que a Rússia não precisará recorrer à "artilharia diplomática pesada" para solucionar o problema. "Por enquanto, as negociações com o Irã não estão sendo fáceis, mas esperamos conseguir um acordo sem chegar aos tribunais", indicou.

A Rússia se manifestou no ano passado, surpreendida pela decisão iraniana de apelar aos tribunais em vez de optar por um compromisso.

Moscou alega que o então presidente russo, Dmitri Medvedev, ordenou suspender em 2010 a provisão de armamento pesado - mísseis, tanques, aviões, carros blindados e navios de guerra -, em cumprimento da resolução 1.929 do Conselho de Segurança da ONU.

Por outro lado, Teerã argumenta que os S-300 não estão envolvidos na resolução e, apesar de recuperar o desembolso inicial da parte russa, insiste em reivindicar o pagamento de compensações por supostos prejuízos.

O Irã suspeita que o Kremlin tenha congelado a operação por motivos políticos em meio ao reinício das relações diplomáticas com os Estados Unidos. 

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