Rússia reitera que Catalunha é "assunto interno da Espanha"
Nas últimas semanas, dirigentes russos expressaram sua confiança de que o conflito será resolvido dentro da legislação espanhola
EFE
Publicado em 27 de outubro de 2017 às 19h50.
Moscou - A Rússia afirmou nesta sexta-feira, após a declaração de independência da Catalunha , que sua posição com relação à situação "não mudou" e "continua sendo a mesma", a de que considera isto um assunto interno espanhol.
"A nossa posição sobre este tema é consistente e não mudou. Já a tornamos pública várias vezes no site do Ministério das Relações Exteriores", disse a porta-voz deste departamento, Maria Zakharova, em Buenos Aires, onde realiza uma visita de trabalho.
Esta é a primeira reação de alto nível de Moscou desde que a declaração de independência foi aprovada hoje pelo parlamento catalão, já que o Kremlin ainda não se pronunciou oficialmente.
Zakharova lembrou que Moscou se pronunciou sobre o desafio separatista da Catalunha "antes do referendo (de 1º de outubro), imediatamente depois do referendo, e em reiteradas ocasiões, todas as vezes em que medidas foram tomadas por parte de Madri e das autoridades regionais".
Nas últimas semanas, os dirigentes russos insistiram que o conflito catalão é um "assunto interno" da Espanha e expressaram sua confiança de que o mesmo será resolvido dentro da legislação espanhola.
No dia 19 de outubro, o presidente russo Vladimir Putin disse que o desafio catalão se tratava de um assunto interno da Espanha, mas também criticou os "dois pesos e duas medidas" dos países do Ocidente por apoiarem a "desintegração" de outros Estados, e citou especialmente o caso de Kosovo, mas poupou a Espanha, que não reconheceu a independência do território da Sérvia.
"É certo que, para alguns de nossos colegas, há bons lutadores pela liberdade e há separatistas que não podem defender seus direitos, nem com a ajuda de mecanismos democráticos", disse Putin.
O parlamento regional da Catalunha aprovou hoje uma resolução em favor da independência da comunidade autônoma, mas que já foi rejeitada por EUA, Otan e os principais países do Ocidente.