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Rússia reabre Estreito de Kerch após impasse com a Ucrânia

As relações estão tensas desde que a Rússia anexou a Crimeia em 2014 e deu apoio a uma insurgência pró-Moscou no leste da Ucrânia

A Rússia reabriu o Estreito de Kerch, próximo da Crimeia (Pavel Rebrov/Reuters)

A Rússia reabriu o Estreito de Kerch, próximo da Crimeia (Pavel Rebrov/Reuters)

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Reuters

Publicado em 26 de novembro de 2018 às 08h31.

Moscou- A Rússia reabriu o Estreito de Kerch, próximo da Crimeia, à navegação comercial nas primeiras horas da manhã desta segunda-feira depois de alvejar e apreender três embarcações militares ucranianas um dia antes, uma medida que desencadeou uma nova crise perigosa entre os dois países.

Ainda na manhã desta segunda-feira o serviço de segurança russo FSB disse que barcos de sua patrulha de fronteira confiscaram duas pequenas embarcações de artilharia blindadas e um rebocador da Ucrânia depois de disparar contra elas e ferir vários marinheiros -- o confronto mais grave entre Moscou e Kiev em anos.

A Rússia, que havia bloqueado o Estreito de Kerch para impedir que os navios passassem do Mar Negro para o Mar de Azov, disse que a pequena flotilha não a notificou de seus planos com antecedência e ignorou alertas para parar quando fazia manobras perigosas.

As relações estão tensas desde que a Rússia anexou a Crimeia em 2014 e deu apoio a uma insurgência pró-Moscou no leste da Ucrânia. O incidente cria o risco de lançar as duas nações em um conflito mais amplo e deve provocar novos clamores ocidentais de mais sanções contra a Rússia.

Kiev, que negou que suas embarcações tenham feito algo errado, acusou a Rússia de agressão militar e pediu à comunidade internacional que se mobilize para punir Moscou.

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) se reunirá para debater os últimos acontecimentos ainda nesta segunda-feira a pedido da Rússia e da Ucrânia, disseram diplomatas.

A União Europeia disse em um comunicado que espera que a Rússia restaure a liberdade de navegação no Estreito de Kerch e exortou os dois lados a agirem com a máxima moderação para apaziguar a situação. Uma porta-voz da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) emitiu um apelo semelhante para os dois lados.

O ministro das Relações Exteriores dinamarquês, Anders Samuelsen, disse no Twitter que seu país deu apoio total à Ucrânia.

"O acontecimento é muito perturbador e pode se agravar", disse. A chanceler do Canadá, Chrystia Freeland, disse que seu país também repudiou o que classificou como uma agressão russa e pediu que Moscou liberte as embarcações capturadas.

Uma testemunha da Reuters disse que as três embarcações navais ucranianas apreendidas pela Rússia estão no porto de Kerch, na Crimeia.

(Reportagem adicional de Tom Balmforth, em Moscou, e Stine Buch Jacobsen, em Copenhague)

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