Conselho de Segurança: órgão já analisou o caso em 14 de março, sem que nenhuma medida fosse tomada (Mike Segar/Reuters)
AFP
Publicado em 4 de abril de 2018 às 15h33.
Última atualização em 4 de abril de 2018 às 19h49.
A Rússia solicitou nesta quarta-feira uma nova reunião do Conselho de Segurança da ONU para tratar do episódio do envenenamento no Reino Unido do ex-espião Sergei Skripal e sua filha Yulia.
A reunião vai acontecer amanhã, ao término de um debate sobre o Burundi que começará às 15h de Nova York (16h de Brasília).
A solicitação foi feita pelo embaixador russo nas Nações Unidas, Vasyl Nebenzia, durante um debate no Conselho de Segurança sobre o uso de armas químicas na Síria.
O Conselho de Segurança da ONU já analisou o caso de Skripal no último dia 14 de março, sem que se aprovasse nenhum tipo de medida.
A Rússia também convocou hoje uma reunião urgente na Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) para tratar do caso Skripal.
Na reunião, a organização com sede em Haia rejeitou um projeto da Rússia e da China no qual propunha-se que Moscou fizesse parte da investigação sobre a origem do veneno utilizado contra Skripal e sua filha.
O ex-espião, de 66 anos, e a sua filha, de 33, foram envenenados no dia 4 de março em Salisbury, no sul da Inglaterra, ao serem expostos a uma substância química conhecida como "Novichok", que, de acordo com as autoridades do Reino Unido, foi fabricada na Rússia.
A Rússia, que nega qualquer relação com o envenenamento, afirma que está disposta ao diálogo e à cooperação com todos os países nessa questão.
Hoje, a delegação russa na OPAQ voltou a rejeitar as acusações de Londres e exigiu ser parte da investigação realizada por este organismo para esclarecer o ocorrido e conhecer todos os detalhes conseguidos até agora.
A OPAQ respondeu a isto que não divulgará as identidades dos membros da equipe que investiga o envenenamento e também não informará os nomes dos laboratórios que estão realizando a análise técnica das amostras coletadas pelos seus especialistas sobre o terreno, contrariando o pedido de Moscou.
O diretor-geral da OPAQ, Ahmet Üzümcü, disse que espera receber no início da semana que vem os resultados da análise das amostras coletadas em Salisbury e assegurou que até então não se informará aos países-membros da situação das investigações.