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Rússia nega ter rejeitado plano de paz e mantém negociações com EUA

Peskov afirma que reunião com Witkoff foi “troca de opiniões” e que diálogo continua

Negociações de paz: Vladimir Putin durante encontro com enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, em Moscou, em 2 de dezembro de 2025. (Alexander KAZAKOV / POOL / AFP via Getty Images)

Negociações de paz: Vladimir Putin durante encontro com enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, em Moscou, em 2 de dezembro de 2025. (Alexander KAZAKOV / POOL / AFP via Getty Images)

Publicado em 3 de dezembro de 2025 às 07h22.

Horas após informar que não havia consenso nas negociações com Washington, a Rússia voltou atrás e negou ter rejeitado o plano de paz apresentado pelos Estados Unidos para a Ucrânia.

A declaração veio do porta-voz Dmitry Peskov, que afirmou nesta quarta-feira, 3, que a proposta americana não foi recusada e que a reunião entre Vladimir Putin e o enviado da Casa Branca, Steve Witkoff, foi parte de um processo “normal” de busca por compromissos.

Peskov reforçou que houve apenas uma troca de avaliações — com pontos aceitos e outros descartados — e que o diálogo segue em curso.

Cinco horas de conversa

Mais cedo, o próprio Kremlin havia admitido que o encontro de cinco horas não produziu um entendimento comum. Yuri Ushakov, assessor de política internacional, afirmou que Moscou considera algumas propostas dos EUA “mais ou menos aceitáveis”, ainda que insuficientes para um acordo neste momento.

Ele relatou que a conversa analisou o plano original elaborado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e mais quatro documentos entregues por Witkoff. Ambos os lados decidiram manter o conteúdo em sigilo.

A questão territorial, porém, voltou a travar o processo. Moscou reiterou que só vê possibilidade de solução caso a Ucrânia retire suas forças de Donbass, condição colocada como irredutível.

Mesmo assim, Ushakov disse que as posições de Moscou e Washington “não estão mais distantes” do que antes deste sexto encontro entre Putin e Witkoff no ano.

Segundo o Kremlin, Putin rejeitou alguns pontos do plano americano, mas apoiou a maior parte do material apresentado. O presidente também criticou a postura de países europeus, que classificou como “destrutiva”.

Ushakov acrescentou que qualquer retomada da agenda entre Putin e o presidente Donald Trump — após o cancelamento da cúpula de Budapeste — dependerá do ritmo das negociações.

*Com informações da EFE

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