Radiação: níveis estão mais altos no Norte da Europa (Caspar Benson/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 28 de junho de 2020 às 17h19.
Última atualização em 28 de junho de 2020 às 17h24.
Na semana passada um leve vazamento de radiação na Escandinávia deixou as pessoas preocupadas. Isso porque os níveis de radiação encontrados no norte da Europa estavam mais altos que o comum --- e o palpite mais forte era de que a culpa do vazamento era da empresa de energia nuclear russa Rosenergoatom.
No entanto, segundo a agência de notícias russa Tass, a empresa e a Rússia negaram ter qualquer relação com o vazamento. "As plantas de São Petersburgo e de Kola estão operando normalmente, com os níveis de radiação normais", teria dito um porta-voz da companhia à Tass.
Várias agências escandinavas detectaram níveis elevados de radionuclídeos, átomos de núcleos instáveis que são liberados através da radioatividade. Na Finlândia, no sul da Escandinávia e no Ártico, por exemplo, foram encontradas concentrações dos radionuclídeos césio-134, césio-137 e rutênio-103.
Segundo Lassina Zerbo, secretário executivo da Organização do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBTO, na sigla em inglês), os elementos não apresentam nenhum tipo de efeito prejudicial à saúde humana, apesar de estarem mais altos que o normal.
Em uma segunda publicação em seu perfil no Twitter, Zerbo afirmou que "os isótopos têm maiores probabilidades de virem de uma fonte civil". "Nós somos capazes de identificar uma provável região da fonte do vazamento, mas está fora da nossa capacidade identificar a origem exata", explicou ele.
22 /23 June 2020, RN #IMS station SEP63 #Sweden🇸🇪 detected 3isotopes; Cs-134, Cs-137 & Ru-103 associated w/Nuclear fission @ higher[ ] than usual levels (but not harmful for human health). The possible source region in the 72h preceding detection is shown in orange on the map. pic.twitter.com/ZeGsJa21TN
— Lassina Zerbo (@SinaZerbo) June 26, 2020
Vale lembrar que a Rússia tem uma história em termos de radiação --- inclusive de ocultar o que realmente acontece em suas plantas nucleares. Em 1986, quando aconteceu o maior acidente nuclear do mundo, de Chernobyl, autoridades soviéticas demoraram para divulgar o tamanho do problema.
A história do acidente nuclear de Chernobyl começou em 26 de abril de 1986, quando explodiu o reator de número quatro da usina, localizada a cerca de 130 quilômetros de distância da capital da Ucrânia, Kiev, e a pouco mais de 20 quilômetros da pequena Pripyat, a cidade mais próxima das suas instalações. Há, ainda, uma cidade chamada Chernobyl, mais distante da usina.
Não há um registro oficial do número de mortos do incidente. A explosão matou imediatamente dois funcionários de Chernobyl, mas 28 bombeiros e membros das equipes de resgate morreram nos primeiros três meses por males associados à radiação. A Organização Mundial da Saúde, por sua vez, calcula em 9 mil pessoas o número de vítimas fatais.