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Rússia fecha quase todas as mídias tártaras na Crimeia

Tártaros da Crimeia, minoria de cerca de 250 mil pessoas, foram contrários à anexação por parte da Rússia

Tártaros da Crimeia, minoria de cerca de 250 mil pessoas, foram contrários à anexação por parte da Rússia (Yuriy Dyachyshyn/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 1 de abril de 2015 às 10h18.

Kiev - Praticamente todos os meios de comunicação da comunidade tártara da Crimeia fecharam nesta quarta-feira, após a Rússia , que anexou a república ucraniana em março do ano passado, negar fornecer licenças para seu funcionamento.

"Hoje deixamos de transmitir, mas sabemos que voltaremos. Sempre voltamos", disse a diretora geral do canal de televisão tártaro "ATR", Lilia Budzhurova, ao se despedir de seus telespectadores.

Há um ano, imediatamente após a anexação da Crimeia, a Rússia determinou que toda a imprensa da península devia renovar suas licenças segundo a legislação russa até 31 de março de 2015.

A "ATR", que transmitia em tártaro, ucraniano e russo, apresentou três vezes a documentação para ser inscrita no registro dos meios de comunicação locais, mas em todas as ocasiões ela foi rejeitada pelas autoridades russas.

A agência de notícias crimeana em língua tártara "QHA", o canal de televisão para crianças "Lale", a emissora de rádio "Maydan" e o periódico "Avdet", entre outros meios de comunicação, também foram afetados.

Budzhurova anunciou que a "ATR" prosseguirá com suas tentativas de obter as permissões para continuar funcionando.

O fechamento de ATR, acrescentou, é "um ataque não só contra o canal, mas contra todo o povo".

Os tártaros da Crimeia, minoria de cerca de 250 mil pessoas que constitui 12% da população da península, foram contrários à anexação por parte da Rússia e denunciam uma política de restrições aplicadas por Moscou.

"Vivemos tempos ruins. Nosso povo sobreviveu a Stalin. Como não vai superar os problemas atuais? Vai superar e sobreviverá", disse Budzhurova.

Em 1944, o ditador soviético Joseph Stalin ordenou a deportação dos tártaros da Crimeia, que só puderam retornar para a península no processo de desintegração da União Soviética.

Caso os meios de comunicação tártaros descumpram a legislação russa e continuem com suas atividades, podem ser sancionados com multas de até US$ 90 mil e seus diretores processados.

O Conselho Nacional de Radiotelevisão da Ucrânia (CNRU) pediu hoje para que as emissoras de televisão do país ajudem a "ATR" a continuar operando.

"Este gesto de boa vontade mostrará à população da república autônoma da Crimeia e, em particular, ao povo tártaro, que hoje é discriminado em sua própria terra, que a imprensa da Ucrânia é solidária com sua luta pela liberdade de imprensa e independência", disse o comunicado da CNRU.

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Kiev - Praticamente todos os meios de comunicação da comunidade tártara da Crimeia fecharam nesta quarta-feira, após a Rússia , que anexou a república ucraniana em março do ano passado, negar fornecer licenças para seu funcionamento.

"Hoje deixamos de transmitir, mas sabemos que voltaremos. Sempre voltamos", disse a diretora geral do canal de televisão tártaro "ATR", Lilia Budzhurova, ao se despedir de seus telespectadores.

Há um ano, imediatamente após a anexação da Crimeia, a Rússia determinou que toda a imprensa da península devia renovar suas licenças segundo a legislação russa até 31 de março de 2015.

A "ATR", que transmitia em tártaro, ucraniano e russo, apresentou três vezes a documentação para ser inscrita no registro dos meios de comunicação locais, mas em todas as ocasiões ela foi rejeitada pelas autoridades russas.

A agência de notícias crimeana em língua tártara "QHA", o canal de televisão para crianças "Lale", a emissora de rádio "Maydan" e o periódico "Avdet", entre outros meios de comunicação, também foram afetados.

Budzhurova anunciou que a "ATR" prosseguirá com suas tentativas de obter as permissões para continuar funcionando.

O fechamento de ATR, acrescentou, é "um ataque não só contra o canal, mas contra todo o povo".

Os tártaros da Crimeia, minoria de cerca de 250 mil pessoas que constitui 12% da população da península, foram contrários à anexação por parte da Rússia e denunciam uma política de restrições aplicadas por Moscou.

"Vivemos tempos ruins. Nosso povo sobreviveu a Stalin. Como não vai superar os problemas atuais? Vai superar e sobreviverá", disse Budzhurova.

Em 1944, o ditador soviético Joseph Stalin ordenou a deportação dos tártaros da Crimeia, que só puderam retornar para a península no processo de desintegração da União Soviética.

Caso os meios de comunicação tártaros descumpram a legislação russa e continuem com suas atividades, podem ser sancionados com multas de até US$ 90 mil e seus diretores processados.

O Conselho Nacional de Radiotelevisão da Ucrânia (CNRU) pediu hoje para que as emissoras de televisão do país ajudem a "ATR" a continuar operando.

"Este gesto de boa vontade mostrará à população da república autônoma da Crimeia e, em particular, ao povo tártaro, que hoje é discriminado em sua própria terra, que a imprensa da Ucrânia é solidária com sua luta pela liberdade de imprensa e independência", disse o comunicado da CNRU.

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