Mundo

Rússia e China vetam resolução para cessar-fogo na Síria

Rússia e China vetaram no Conselho de Segurança da ONU uma resolução para impor um cessar-fogo na última província rebelde da Síria

Guerra na Síria: a resolução recebeu 12 votos a favor, uma abstenção e dois votos contra (Mikhail Svetlov / Colaborador/Getty Images)

Guerra na Síria: a resolução recebeu 12 votos a favor, uma abstenção e dois votos contra (Mikhail Svetlov / Colaborador/Getty Images)

E

EFE

Publicado em 19 de setembro de 2019 às 15h48.

Nações Unidas — Rússia e China vetaram no Conselho de Segurança da ONU nesta quinta-feira uma resolução para impor um cessar-fogo na província de Idlib, no noroeste da Síria, o último grande reduto rebelde no país.

A iniciativa tinha sido impulsionada por Alemanha, Bélgica e Kuwait para proteger os civis diante da ofensiva do Exército sírio e da Rússia contra as facções armadas e islâmicas que dominam essa região.

A Rússia, que com o apoio da China propôs outra resolução de última hora, se opôs com o argumento de que o documento estava baseado em "mentiras" e defendeu que qualquer texto deveria deixar claro que as ações armadas contra grupos "terroristas" poderiam continuar apesar da cessação das hostilidades.

A proposta de resolução russa, votada minutos depois, também não foi aprovada, recebendo unicamente o apoio de Rússia e China, nove votos contra e quatro abstenções.

A resolução elaborada por Alemanha, Bélgica e Kuwait tinha recebido 12 votos a favor, uma abstenção e apenas dois votos contra, os de Rússia e China.

Desde o início da guerra na Síria, o governo russo usou o poder de veto para bloquear 12 resoluções e proteger o parceiro, o governo de Bashar al Assad.

Nesta ocasião, os 15 membros do Conselho de Segurança negociaram durante semanas para tentarem conseguir um compromisso, que acabou não sendo possível.

A iniciativa de Bélgica, Alemanha e Kuwait nasceu em agosto e, quase dois dias depois de ser anunciada, Rússia e Síria decretaram uma trégua unilateral. No entanto, os ataques não foram totalmente interrompidos após uma pausa inicial, como confirmou nesta quinta-feira a própria ONU.

O embaixador alemão, Cristoph Heusgen, lembrou que mais de 500 mil pessoas foram deslocadas devido à violência durante os últimos meses e mais de mil civis morreram.

"Hospitais, escolas e acampamentos de deslocados foram atacados e destruídos em bombardeios. Se isto não motiva o Conselho a atuar, que o vai fazer?", enfatizaram em declaração conjunta os três países impulsores da resolução.

Heusgen comentou que o texto era "equilibrado" e puramente "humanitário", e criticou Rússia e China por apresentarem outro de última hora e sem negociá-lo com os demais membros. Todos os membros ocidentais, inclusive os Estados Unidos, criticaram com dureza o veto de Rússia e China.

O embaixador russo, Vasyl Nebenzia, acusou esses países de buscarem precisamente esse "não", forçando o voto de uma resolução que sabiam que estava "condenada ao fracasso" e rachando o Conselho.

"Os civis são reféns de grupos terroristas vinculados com nossos colegas ocidentais", disse Nebenzia, ao pontuar que as ações contra organizações terroristas precisam continuar.

A resolução bloqueada pela Rússia sublinhava que toda ação antiterrorista deve respeitar as normas internacionais e evitar danos à população civil.

Acompanhe tudo sobre:ChinaGuerra na SíriaRússiaSíria

Mais de Mundo

Drones sobre bases militares dos EUA levantam preocupações sobre segurança nacional

Conheça os cinco empregos com as maiores taxas de acidentes fatais nos EUA

Refugiados sírios tentam voltar para casa, mas ONU alerta para retorno em larga escala

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal