Soldados americanos e sul-coreano: "Esperamos que Pyongyang tenha claro que ninguém defenderá a Coreia do Norte" (Kim Hong-Ji / Reuters)
Da Redação
Publicado em 11 de março de 2016 às 08h21.
Moscou - A posição dos mísseis antiaéreos americanos na Coreia do Sul romperá o equilíbrio estratégico e levará a uma corrida armamentícia na região, advertiram nesta setxa-feira o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e o da China, Wang Yi, depois de se reunirem em Moscou.
"Os planos dos Estados Unidos e da República da Coreia (do Sul) superam, por sua envergadura, qualquer ameaça da Coreia do Norte, inclusive às recentes ações de Pyongyang. Estes planos ameaçam romper a paridade global", disse Lavrov em entrevista coletiva conjunta com Wang.
O ministro chinês advertiu que o desdobramento de mísseis americanos na península coreana "prejudicará os interesses da segurança estratégica da China e dos EUA e levará a uma corrida armamentícia".
As recentes sanções adotadas contra a Coreia do Norte pelo Conselho de Segurança da ONU não devem contribuir para "uma escalada de tensão na região, nem pôr impedimentos a uma solução política" ao problema relacionado ao programa nuclear da Coreia do Norte, ressaltou Lavrov.
Os dois ministros, de todo modo, mostraram seu total apoio às medidas para obrigar o regime norte-coreano a renunciar ao desenvolvimento de armas nucleares.
"Esperamos que Pyongyang tenha claro que ninguém defenderá a Coreia do Norte" em caso de novas provocações, recalcou Lavrov.
A resolução 2.270, aprovada em represália aos testes, nuclear e de mísseis, realizados por Pyongyang em janeiro e fevereiro, prevê a inspeção obrigatória de cargas, restrições na exportação de matérias-primas, embargo do comércio de armas leves e proibição de venda ao país de combustível aeroespacial, entre outros.
Estas medidas, que buscam cortar pela raiz o acesso aos recursos de financiamento dos programas militares norte-coreanos, são consideradas as mais duras impostas até o momento ao regime dos Kim e vão golpear tanto a elite como o povo no país mais isolado do mundo.