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Rússia diz ter repelido ataque ucraniano de drones contra sua frota na Crimeia

Nos últimos meses, ocorreram vários ataques contra instalações militares e civis localizadas na região

O Ministério da Defesa russo disse que um de seus navios, o "Ivan Golubets", sofreu "danos menores" (AFP/AFP)

O Ministério da Defesa russo disse que um de seus navios, o "Ivan Golubets", sofreu "danos menores" (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 29 de outubro de 2022 às 13h47.

O Exército russo afirmou ter repelido neste sábado, 29, um ataque maciço de drones contra sua frota na baía de Sebastopol, na Crimeia anexada, o qual atribuiu à Ucrânia e ao Reino Unido, e que danificou um navio.

A Crimeia, península anexada pela Rússia em março de 2014 após uma intervenção de suas forças especiais e um referendo de adesão denunciado por Kiev e pelos ocidentais, serve como quartel-general desta frota e como base logística para a ofensiva de Moscou na Ucrânia. Nos últimos meses, ocorreram vários ataques contra instalações militares e civis localizadas na região.

Na madrugada deste sábado, as autoridades pró-russas da península anunciaram que navios da frota russa no Mar Negro repeliram um ataque de drones na baía de Sebastopol e que todos os artefatos foram derrubados.

"Nenhuma instalação da cidade foi atingida. A situação está sob controle", disse o governador pró-Rússia da cidade, Mikhail Razvojayev.

O Ministério da Defesa russo disse que um de seus navios, o "Ivan Golubets", sofreu "danos menores".

"A preparação deste ato terrorista e o treinamento dos militares do 73º centro de operações marítimas especiais da Ucrânia foram realizados por especialistas britânicos baseados em Ochakov, na região de Mykolaiv, na Ucrânia", disse o ministério no Telegram.

O Ministério da Defesa do Reino Unido rejeitou essas acusações, alegando que Moscou está apenas tentando "desviar a atenção de sua gestão desastrosa da invasão ilegal da Ucrânia ao espalhar alegações falsas de proporções épicas".

De acordo com Razvojayev, foi o "mais maciço ataque de drones e veículos de superfície pilotados remotamente nas águas da Baía de Sebastopol na história do conflito" na Ucrânia.

As autoridades russas indicaram que o ataque envolveu "nove veículos aéreos não tripulados e sete drones marítimos autônomos" e que visavam navios envolvidos na garantia da segurança do 'corredor de grãos', destinado à exportação de cereais ucranianos e estabelecido após um acordo patrocinado pela a ONU e a Turquia.

Os ataques à Crimeia se multiplicaram nas últimas semanas, enquanto as forças ucranianas realizam uma contraofensiva para ganhar terreno no sul do país em direção à cidade de Kherson, convertida em fortaleza pelos russos.

Na quinta-feira, Razvojayev informou que a usina termelétrica de Balaklava foi atingida por um ataque de drone que não deixou grandes danos à infraestrutura ou vítimas.

Em agosto, esta autoridade denunciou um ataque de drones à sede da frota russa em Sebastopol, um incidente que não deixou feridos e foi o segundo em um mês.

Em 31 de julho, um drone pousou no pátio do Estado-Maior da Frota, ferindo cinco funcionários e causando o cancelamento de todas as comemorações planejadas por ocasião do Dia da Frota Russa.

No início de outubro, a ponte da Crimeia, uma infraestrutura fundamental que liga a península à Rússia, inaugurada com grande pompa por Vladimir Putin em 2018, foi danificada por uma explosão de caminhão-bomba.

Em outros lugares do campo de batalha, o exército ucraniano relatou combates nas regiões de Luhansk e Donetsk, no leste do país, especialmente perto de Bakhmut, a única área onde as tropas russas fizeram progresso nas últimas semanas, além de bombardeios em várias outras regiões.

Os separatistas pró-Rússia que lutam ao lado das tropas de Moscou anunciaram uma nova troca de prisioneiros com Kiev, com cinquenta de cada lado.

Na frente sul, jornalistas da AFP notaram batalhas de artilharia na cidade de Kobzartsi, a última cidade do lado ucraniano antes da linha de contato com os russos.

Os dois adversários estão se preparando nesta área para a batalha pela cidade de Kherson, a capital regional, onde as autoridades de ocupação retiraram dezenas de milhares de civis, o que a Ucrânia descreveu como "deportações"

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