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Rússia diz que diálogo está "livre de ideologia" com Trump

Lavrov ofereceu uma coletiva de imprensa na embaixada russa em Washington após se reunir a portas fechadas no Salão Oval da Casa Branca com Trump

Rússia: Lavrov destacou que EUA e Rússia estão agora abertos a dialogar sobre o conflito na Síria sem "preferências ideológicas" (Jonathan Ernst/Reuters)

Rússia: Lavrov destacou que EUA e Rússia estão agora abertos a dialogar sobre o conflito na Síria sem "preferências ideológicas" (Jonathan Ernst/Reuters)

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EFE

Publicado em 10 de maio de 2017 às 15h55.

Washington - O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, disse nesta quarta-feira que as relações de seu país com os Estados Unidos sob a presidência de Donald Trump estão "livres de ideologia" e que ambos os governos estão abertos a negociar e cooperar em assuntos como a solução para o conflito na Síria.

Lavrov ofereceu uma coletiva de imprensa na embaixada russa em Washington após se reunir a portas fechadas no Salão Oval da Casa Branca com Trump, que, por sua vez, disse que o encontro foi "muito bom" e que ambas as partes querem pôr fim ao horrível "massacre" na Síria "o mais rápido possível ".

"Todo o mundo está trabalhando para esse fim", enfatizou Trump aos jornalistas durante uma reunião no Salão Oval com o ex-secretário de Estado Henry Kissinger, a quem recebeu depois de seu encontro com o ministro russo.

Sobre a situação na Síria, Lavrov detalhou em sua coletiva de imprensa que falou com Trump sobre o recente acordo assinado entre Rússia, Irã e Turquia para estabelecer quatro zonas de segurança nesse país com o objetivo de proteger a população civil e reduzir a tensão entre os rebeldes e as forças governamentais.

Lavrov destacou que EUA e Rússia estão agora abertos a dialogar sobre o conflito na Síria sem "preferências ideológicas", algo que, a seu julgamento, não acontecia durante o mandato do ex-presidente Barack Obama.

Por outro lado, diante das insistentes perguntas dos jornalistas sobre a suposta interferência russa nas eleições presidenciais dos EUA para favorecer Trump, Lavrov comentou que não gostaria de falar de assuntos "absurdos" e reiterou que o próprio magnata disse "publicamente" que são acusações "falsas".

A Rússia sempre negou essa suposta interferência e os contatos com a campanha eleitoral de Trump, algo que atualmente está sendo investigado pelo FBI (a polícia federal investigativa dos EUA).

A visita de Lavrov a Washington aconteceu um dia depois que Trump anunciou a demissão do agora ex-diretor do FBI, James Comey, que liderava precisamente uma investigação dos possíveis vínculos entre a campanha eleitoral do magnata e o Kremlin.

"(Comey) foi despedido? Vocês estão brincando, estão brincando!", ironizou Lavrov ao ser perguntado a respeito pelos jornalistas enquanto posava em frente às câmeras com Rex Tillerson, titular do Departamento de Estado americano.

A imprensa russa teve acesso à reunião a portas fechadas de Trump e Lavrov e pôde fazer imagens. Já os jornalistas americanos não puderam entrar no recinto.

As imagens da imprensa russa mostraram que, além de Lavrov, também esteve presente na reunião o embaixador russo em Washington, Serguei Kislyak.

Kislyak foi justamente o pivô da saída de Michael Flynn como conselheiro de Segurança Nacional de Trump, depois que o general reformado mentiu sobre o conteúdo de suas conversas com o embaixador durante a campanha eleitoral no ano passado.

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