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Rússia denuncia apoio militar ocidental a insurgentes líbios

Chanceler russo afirmou que interferência da coalizão na guerra civil não estava autorizada pela ONU

Serguei Lavrov, chanceler russo: país lembrou que missão não é derrubar Kadafi (Farouk Batiche/AFP)

Serguei Lavrov, chanceler russo: país lembrou que missão não é derrubar Kadafi (Farouk Batiche/AFP)

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Da Redação

Publicado em 28 de março de 2011 às 14h26.

Moscou - O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, afirmou nesta segunda-feira que o apoio militar dado de fato pela coalizão ocidental aos insurgentes líbios é uma "interferência" nos assuntos internos da Líbia, enquanto a Aliança Atlântica assumiu o controle da zona de exclusão aérea no país norte-africano.

"Consideramos que a interferência da coalizão em uma guerra civil não está autorizada pela resolução da ONU, que prevê o recurso à força para proteger os civis da repressão do regime do coronel Muammar Kadafi", declarou Lavrov, citado pela Interfax.

O ministro destacou que há uma contradição entre as declarações das autoridades ocidentais, que afirmam que seu objetivo não é derrubar o dirigente líbio, e as informações sobre "bombardeios aéreos contra as colunas militares de Kadafi realizados com o apoio dos insurgentes armados".

A Rússia não utilizou o direito de veto e optou pela abstenção na votação da resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU que autorizou o recurso à força na Líbia para proteger a população civil.

Os aviões da Otan assumiram no domingo o controle da zona de exclusão aérea na Líbia, anunciou nesta segunda-feira em Nápoles (sul da Itália) o general canadense Charles Bouchard, comandante da operação.

"Desde domingo somos responsáveis pela zona de exclusão aérea", declarou o general, que na sexta-feira assumiu o comando da operação "Unified Protector".

No domingo, a Otan decidiu assumir o comando das operações militares na Líbia, em um momento no qual os insurgentes avançam ao mesmo tempo que se intensificam os esforços para encontrar uma solução diplomática ao conflito antes de uma reunião crucial na terça-feira em Londres.

Pressionados pelas potências ocidentais, especialmente Estados Unidos e Itália, para assumir a liderança da missão o mais rápido possível, os 28 embaixadores dos países membros da Otan reunidos em Bruxelas aprovaram a transferência de comando.

"Estamos em plena transferência", destacou o general, antes de afirmar que "quanto mais países compartilharem o esforço, mais forte será a mensagem enviada ao povo líbio, que precisa de ajuda desesperadamente".

"A Otan cumprirá seu mandato com cuidado e precisão para evitar prejudicar a população líbia", completou o general.

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