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Rússia acusa EUA e aliados de mandarem no mundo

Em discurso nas Nações Unidas, ministro de Relações Exteriores da Rússia disse que "interferência militar se tornou a norma"

O chanceler russo, Sergei Lavrov: reunião começou no final da tarde (Yves Herman/AFP)
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Da Redação

Publicado em 27 de setembro de 2014 às 17h24.

Nova York - A Rússia aproveitou sua aparição na Assembleia Geral da ONU neste sábado para acusar os Estados Unidos e seus aliados ocidentais de mandarem no mundo, reclamando que eles estão tentando ditar "o que é bom e o que é mal".

O discurso do ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, na assembleia formada por 193 países foi o mais recente exemplo da deterioração das relações entre Moscou e potências ocidentais, que impuseram sanções sobre a Rússia por causa do conflito na vizinha Ucrânia.

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"A aliança Ocidental liderada pelos EUA, que pinta para si mesma uma imagem de campeã da democracia, da lei e dos direitos humanos dentro de países individuais ... (está) rejeitando o princípio democrático da soberania dos Estados presente na Carta da ONU e está tentando decidir para todo mundo o que é bom ou mal", disse Lavrov.

"Washington declarou abertamente seu direito unilateral de usar a força em qualquer parte do mundo para assegurar seus interesses", disse Lavrov. "A interferência militar se tornou uma norma, mesmo apesar do sombrio resultado das operações de força que os EUA promoveram nos últimos anos."

Lavrov citou o bombardeio promovido pela Otan na Iugoslávia em 1999, durante a guerra do Kosovo, a invasão do Iraque em 2003, a guerra no Afeganistão e a intervenção da Otan na Líbia em 2011 que levou à derrubada e morte do ditador líbio Muammar Gaddafi.

Moscou também criticou os EUA pelos ataques aéreos promovidos contra o Estado Islâmico, um grupo militante islâmico que é citado como tendo assumido controle de grandes partes da Síria e do Iraque e que tem sido responsabilizado por massacres contra civis.

A Rússia questionou na sexta-feira a legalidade dos ataques aéreos dos EUA e aliados árabes na Síria, que têm como alvo o Estado Islâmico. Moscou afirma que os ataques foram decididos sem a aprovação formal e cooperação do presidente sírio, Bashar al-Assad, aliado de Moscou.

Lavrov reiterou a visão de Moscou de que os EUA e a União Europeia "apoiaram o golpe de Estado na Ucrânia" e que eles são responsáveis, portanto, pelo atual conflito no país.

Uma guerra envolvendo separatistas pró-Rússia na Ucrânia matou mais de 3 mil pessoas. Kiev e governos ocidentais afirmam que a Rússia está armando, treinando e incentivando os militantes e mandando suas próprias tropas para a Ucrânia.

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