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Rossi: se Kassab vier para o PMDB, não será cacique

Wagner Rossi, atual ministro da Agricultura, teme que ida do prefeito paulistano ao partido seja para cobrir espaço deixado com a morte de Quércia

Kassab, prefeito de São Paulo: PMDB admite que partido é nanico na capital (Otavio Dias/Veja)

Kassab, prefeito de São Paulo: PMDB admite que partido é nanico na capital (Otavio Dias/Veja)

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Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2011 às 13h09.

Ribeirão Preto, SP - O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), encontrará as portas abertas para entrar no PMDB e poderá até ser candidato a governador em 2014, desde que seus planos excluam ser o "novo cacique" do partido no Estado. "Ele (Kassab), se vier, poderá ser candidato a qualquer cargo porque é um nome de primeiríssima linha da política brasileira. A única coisa que não queremos é que venha para se constituir no novo cacique do partido", disse o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, uma das principais lideranças do PMDB paulista.

Rossi assumiu, ao lado do filho, o deputado estadual Baleia Rossi (SP), as articulações políticas no PMDB paulista. Os dois são os guardiães do novo comandante do partido no Estado, o vice-presidente da República, Michel Temer. Após a morte de Orestes Quércia em dezembro de 2010, Temer articulou a dissolução do Diretório Estadual do PMDB e a criação de uma comissão provisória. Escolheu Baleia Rossi para comandá-la.

Temer negocia diretamente com Kassab a ida do prefeito para o partido. Segundo Rossi, a mudança de Kassab para o PMDB não deve ser acompanhada por outros integrantes do DEM, os quais temem perder o mandato por infidelidade partidária. Como o prefeito de São Paulo tem menos de dois anos de mandato, dificilmente um processo para tirá-lo do cargo seria resolvido na Justiça antes desse prazo. "O Kassab se garante até o final do mandato, mas o mesmo não ocorreria com deputados, por exemplo", lembrou o ministro.

Já a segunda maior liderança do DEM em São Paulo, a prefeita de Ribeirão Preto (SP), Dárcy Vera, pode perder as esperanças se quiser ir para o PMDB, na avaliação do ministro. "Nós respeitamos a prefeita, mas não está no horizonte político a vinda dela para o PMDB, pois a cidade é hoje o principal polo do partido no Estado", afirmou o ministro. Além dele e do filho, o PMDB de Ribeirão Preto tem o vice-prefeito da cidade, Marinho Sampaio, e vereadores, entre eles o primeiro suplente de deputado federal, Léo Oliveira.

Com quatro deputados estaduais e apenas um federal, o PMDB é um "nanico" em São Paulo, principal berço político do partido. Quem admite é o próprio Baleia Rossi, que assumiu na semana passada o comando do PMDB paulista. "Isso ocorreu porque o PMDB foi esvaziado e muitos diretórios seguiram controlados por ex-lideranças, mesmo após elas deixarem o partido", explicou Baleia.

Para reverter o quadro, além de trazer de volta lideranças perdidas para outros partidos e incentivar a filiação de novos quadros, o deputado admite tomar medidas radicais. A primeira seria dissolver diretórios em cidades nas quais o PMDB não obteve 5% dos votos válidos para deputado estadual ou federal em 2010. "Se os diretórios não conseguiram esse porcentual, isso mostra que não trabalham e não funcionam", disse Rossi. "E o exemplo será dado com as primeiras ações tomadas na nossa região", completou.

Ainda de acordo com Baleia Rossi, a primeira etapa da reformulação do PMDB paulista inclui ampliar o número de vereadores e ter mais do que os 69 prefeitos do partido no Estado, após as eleições de 2012. "Já em 2014, municípios com mais de 50 mil habitantes terão, necessariamente, de ter um candidato a federal ou estadual; os (municípios) com mais de 100 mil habitantes terão os dois candidatos", concluiu.

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