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Roma se comove com anúncio de renúncia de Bento XVI

Além da comoção na Praça de São Pedro, reina a incredulidade entre os turistas e fiéis perante a notícia da renúncia do papa alemão


	Bento XVI: o papa anunciou que deixaria seu cargo em 28 de fevereiro
 (Andreas Solaro/AFP)

Bento XVI: o papa anunciou que deixaria seu cargo em 28 de fevereiro (Andreas Solaro/AFP)

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Da Redação

Publicado em 11 de fevereiro de 2013 às 11h53.

Roma - A cidade de Roma e a Cúria reagiram com comoção e surpresa à decisão anunciada nesta segunda-feira por Bento XVI de renunciar ao Pontificado por considerar que faltam forças para permanecer no cargo.

"Ressoou como um trovão no céu tranquilo nesta sala sua comovente mensagem", foram as primeiras palavras do cardeal decano Angelo Bagnasco, presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), após saber a decisão do papa.

Bento XVI anunciou que deixaria seu cargo em 28 de fevereiro durante um Consistório - reunião de cardeais - para escolher as datas da canonização de três novos santos.

"Escutamos suas palavras com uma sensação de desconcerto e quase totalmente incrédulos", acrescentava a mensagem de Bagnasco que interpretava o sentimento de todos os cardeais.

Além da comoção na Praça de São Pedro, onde os católicos estão reunidos, reina a incredulidade entre os turistas e fiéis perante a notícia da renúncia do papa alemão, de 85 anos.

"Não pode ser verdade. E por quê? Está doente?", perguntou um dos fiéis na praça.


Nas ruas de Roma e sobretudo no bairro romano de Borgo Pio, próximo ao Vaticano, é lembrada a história do papa Celestino V.

Bento XVI já é comparado ao pontífice Pietro Angeleri de Murrone, que foi eleito após um Conclave que durou dois anos, já que os cardeais não entravam em acordo.

O Pontificado de Celestino V, que entrou para a história como o pontífice da "grande rejeição", durou de 29 de agosto a 13 de dezembro de 1294, até que, atarefado pelo peso do cargo, se retirou para uma vida de ermitão.

O filósofo e ex-prefeito de Veneza Massimo Cacciari definiu como "novidade surpreendente" a decisão de Bento XVI, mas a considerou "inevitável" sobretudo quando se acrescentam "os problemas de saúde" e a decisão é "madura".

Por sua vez, o chefe de Estado italiano, Giorgio Napolitano, de 86 anos, que encontrou em inúmeras ocasiões o Pontífice, descreveu a atitude como "muito corajosa" e lembrou que o cargo "requer um esforço extraordinário".

O presidente da Comunidade judaica de Roma, com a qual Bento XVI manteve uma importante e cordial relação, Riccardo Pacifici, expressou seu "carinho e respeito" diante de uma decisão que classificou como "dolorosa e responsável". 

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