Civis em meio aos entulhos e destruição de uma área sitiada de Homs, na Síria (Thaer Al Khalidiya/Reuters)
Da Redação
Publicado em 24 de janeiro de 2014 às 19h53.
Genebra - O governo sírio e a oposição concordaram em discutir ao longo dos próximos dois dias um possível acordo para liberar o acesso de ajuda humanitária à cidade sitiada de Homs, como parte da construção de medidas de confiança, disseram fontes diplomáticas nesta sexta-feira.
"Eles concordaram em trabalhar nas próximas 48 horas para liberar a entrada de ajuda humanitária em Homs", disse uma das fontes, referindo-se à cidade onde os rebeldes estão cercados em bairros centrais por forças leais ao presidente sírio, Bashar al-Assad.
"Os aspectos práticos foram negociados, as coisas estão prontas e se o governo não colocar nenhum obstáculo, então, isso poderia acontecer rapidamente." As duas partes realizarão sua primeira reunião conjunta no sábado para iniciar conversações de paz destinadas a resolver quase três anos de guerra civil, depois que as negociações quase fracassaram antes mesmo de começarem.
A negociação direta, que seria nesta sexta-feira, foi adiada depois que a oposição disse que iria se reunir com o governo apenas se os representantes de Assad concordassem em assinar um acordo de 2012 que prevê um governo de transição na Síria.
As fontes disseram que o plano inicial é que o mediador internacional Lakhdar Brahimi exponha sua visão no sábado, em um discurso de 30 minutos para os dois lados, antes de falar com eles separadamente.
De acordo com as fontes, os rivais concordaram em discutir a situação de Homs como um primeiro passo e, se um acordo puder ser alcançado, o envio de ajuda poderia começar já na segunda-feira.
"Seria uma pausa humanitária de facto para permitir uma ajuda humanitária de curto prazo, principalmente de alimentos", disse uma fonte.
Ela acrescentou que Brahimi esperava que, uma vez discutida essa primeira medida de confiança, as partes passariam a discutir os aspectos políticos de um acordo.
"A ideia das conversações é misturar medidas de confiança com a política."