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Revista francesa publica biografia cômica de Maomé

A Charlie Hebdo em várias ocasiões publicou versões caricaturais do profeta do Islã em um esforço para defender a liberdade de expressão, provocando a fúria de muçulmanos


	O editor da revista Charlie Hebdo's, conhecido apenas como Charb, exibe a edição com caricatura de Maomé
 (Fred Dufour/AFP)

O editor da revista Charlie Hebdo's, conhecido apenas como Charb, exibe a edição com caricatura de Maomé (Fred Dufour/AFP)

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Da Redação

Publicado em 2 de janeiro de 2013 às 14h08.

Paris - Uma revista satírica francesa publicou uma biografia cômica do profeta Maomé. O editor do semanário Charlie Hebdo, Stephane Charbonnier, afirmou que o novo livro, intitulado "A Vida de Maomé", é um trabalho educacional resultante de pesquisas adequadas feitas por um sociólogo franco-tunísio.

"É uma biografia autorizada pelo Islã porque foi editada por muçulmanos", disse Charbonnier, que também ilustrou o livro, cuja capa mostra o profeta levando um camelo pelo deserto. "Não acho que mentes muçulmanas elevadas podem encontrar qualquer coisa inapropriada", declarou o editor à agência AFP na semana passada.

Charbonnier disse que a ideia de um livro cômico surgiu em 2006, quando um jornal da Dinamarca publicou caricaturas de Maomé que posteriormente também foram publicadas pelo Charlie Hebdo, gerando duros protestos em todo o mundo muçulmano. "Antes de rir de um personagem, é melhor o conhecermos. Enquanto sabemos muito sobre a vida de Jesus, não sabemos nada sobre Maomé", disse o editor.

O jornal satírico Charlie Hebdo em várias ocasiões publicou versões caricaturais do profeta do Islã em um esforço declarado para defender a liberdade de expressão, provocando a fúria de muitos muçulmanos que consideram que representações de Maomé são um sacrilégio.

Em setembro passado o Charlie Hebdo publicou caricaturas de um Maomé nu, ao mesmo tempo que protestos violentos ocorriam em vários países por causa de um filme de baixo custo produzido nos EUA que, segundo os muçulmanos, insultava o profeta.

Em 2011 os escritórios do Charlie Hebdo foram bombardeados e o site do semanário foi invadido por hackers depois da publicação de uma edição intitulada "Charia Hebdo", que continha várias caricaturas de Maomé. Charbonnier, que recebeu ameaças de morte, vive sob proteção policial. As informações são da Dow Jones.

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