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Resposta de UE e EUA a refugiados é disfuncional, diz ONU

Segundo o alto comissário da ONU para Refugiados, os EUA e os países europeus estão oferecendo a esse momento é "disfuncional"

O alto comissário da ONU para Refugiados, António Guterres: "quando sociedades e governos são tomados de surpresa, normalmente, a resposta é disfuncional" (John Thys/AFP/AFP Photo)

O alto comissário da ONU para Refugiados, António Guterres: "quando sociedades e governos são tomados de surpresa, normalmente, a resposta é disfuncional" (John Thys/AFP/AFP Photo)

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Da Redação

Publicado em 28 de outubro de 2015 às 17h18.

Washington - Os Estados Unidos e os países europeus foram pegos de surpresa por uma crise de refugiados, e a resposta que estão oferecendo a esse momento é "disfuncional" - disse nesta quarta-feira o alto comissário da ONU para Refugiados, o português António Guterres.

"Quando sociedades e governos são tomados de surpresa, normalmente, a resposta é disfuncional. Foi o que aconteceu nos Estados Unidos, e é o que está acontecendo atualmente na Europa", disse Guterres, em uma conferência no Woodrow Wilson International Center for Scholars, em Washington.

Por essa razão, acrescentou, "é importante aprender com essas experiências para que, quando a próxima crise acontecer, as pessoas estejam preparadas, e a resposta possa ser mais bem organizada e mais funcional".

Para o representante da ONU, "ficou claro que, dos dois lados do Atlântico, os países foram surpreendidos por uma situação que poderia ter sido prevista". Guterres insiste em que é válido perguntar "por que" isso aconteceu.

"Mas ainda é pior quando isso leva a uma resposta emocional, na qual os medos e os diferentes sentimentos conduzem a uma abordagem irracional", lamentou.

No caso dos Estados Unidos, em meados de 2013, o país se encontrou diante de uma onda sem precedentes de estrangeiros - basicamente centro-americanos - que tentavam entrar no país. Entre eles, havia milhares de mulheres, assim como de crianças sozinhas, sem a companhia de adultos.

A reação de Washington foi estabelecer centros de acolhida em sua fronteira sul, os quais foram comparados a centros de detenção por esses imigrantes e por diversas organizações humanitárias. Posteriormente, decidiu-se enviar a maioria de volta para seus países de origem.

Para Guterres, muitas dessas pessoas não eram migrantes econômicos, mas mulheres e crianças fugindo de um cenário de violência em países da América Central.

Segundo o representante da ONU, em 2010, havia em todo o mundo "11.000 pessoas forçadas a se deslocar diariamente por causa de conflitos, mas no ano passado esse número aumentou para 42.500, uma multiplicação por quatro em apenas cinco anos".

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