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Resgate evacua 87 pessoas em montanhas do Nepal

Equipes de resgate evacuaram 87 pessoas das montanhas do Nepal, mas cerca de 100 continuam desaparecidas após tempestades de neve

Soldados nepalenses resgatam uma vítima de uma avalanche (Exército do Nepal/Divulgação via Reuters)
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Da Redação

Publicado em 17 de outubro de 2014 às 15h37.

Katmandu - As equipes de resgate evacuaram 87 pessoas das montanhas do Nepal nesta sexta-feira, mas cerca de outras cem continuam desaparecidas após as fortes tempestades de neve.

Um grupo de 40 pessoas foi resgatado no distrito de Manang, antes da passagem Throung A, o ponto mais alto da rota do Annapurna, a 5.419 metros, disse o delegado do governo no oeste do Nepal, Dinesh Kumar Thapaliya.

Outras 47 pessoas foram resgatadas depois da passagem, no distrito de Mustang. A previsão é que neste sábado continuem os trabalhos de evacuação com helicópteros .

As tempestades de neve causaram 27 mortes nas montanhas do Nepal, entre elas cidadãos do Canadá, Índia, Nepal, Eslováquia e Polônia.

Ainda não há informações sobre cerca de cem de pessoas - por volta de 40 guias e 60 estrangeiros - na remota região de Dolpo, próxima à fronteira com o Tibete, onde não há comunicações telefônicas.

Na região de Annapurna, onde se tinha perdido contato com outras 200 pessoas, os helicópteros comprovaram que o caminho está livre de neve e os grupos já começaram a retornar.

A rota do Annapurna, com cerca de 240 quilômetros e 21 dias de duração, não requer formação em montanhismo e é muito popular entre os praticantes. Cerca de 90 mil estrangeiros fizeram o circuito em 2013, dos quais 20 mil cruzaram a passagem Throung A, segundo dados do Projeto de Conservação da Área de Annapurna.

Até o momento, 313 pessoas foram resgatadas com vida. Antes da tragédia, o pior acidente nas montanhas do Nepal havia ocorreu em 1995, quando 26 escaladores morreram na subida do Everest, a montanha mais alta do mundo, com 8.848 metros.

Há registros de uma alta taxa de mortalidade nas montanhas do país neste ano, já que 16 pessoas perderam a vida por causa de um desmoronamento quando se seguiam rumo a um dos acampamentos na base do Everest em abril.

Embora esta seja a melhor época do ano para realizar o montanhismo no Nepal devido ao bom tempo, a passagem do ciclone Hudhud pela Índia provocou fortes tempestades de neve.

Apesar dos meteorologistas terem alertado para o fenômeno, os alarmes não foram ativados. Para os praticantes, as advertências chegaram muito tarde ou eles já se encontravam em zonas remotas sem comunicações.

Nem a mais alta estação de esqui do mundo resiste às mudanças no clima. A mais de cinco mil metros de altura, as pistas de Chacaltaya, ao norte de La Paz, na Bolívia, sucumbiram ao derretimento do gelo e, durante o verão de 2009, o glaciar onde estava a instalada a estação praticamente desapareceu. Hoje, restam apenas 5% da geleira, com algumas incidências de neve, mas raras. Os cientistas haviam previsto seu desaparecimento para 2015, mas o aquecimento global acelerou o processo. De acordo com o levantamento da Co+Life, além de frustrar aventureiros, o sumiço da geleira comprometeu o abastecimento de água em algumas regiões da capital naquele ano.
  • 2. Monte Tian Shan, Casaquistão

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    Aos pés do monte Tian Shan, encontra-se Almaty, a maior cidade da República do Casaquistão, com uma população de 1,3 milhões de pessoas. A região é uma locomotiva econômica, respondendo por 20% da produção industrial e 30% da agricultura do país. Todo o fornecimento de água para consumo, irrigação e uso industrial é garantido pelos glaciares a dois mil quilômetros ao norte, nas montanhas de Tian Shan. Nos últimos 50 anos, no entanto, os glaciares perderam cerca de 35% de sua cobertura devido a elevação das temperaturas – processo que deverá se intensificar nos próximos anos.
  • 3. Parque Nacional de Sagarmatha

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  • Localizado no Nepal, o Parque Nacional de Sagarmatha é parte das montanhas do Himalaia e tem o monte Everest, o maior pico do mundo, como sua atração principal. Considerado Patrimônio Mundial pela Unesco em 1979 devido às suas características naturais e culturais únicas, o parque concentra a maior quantidade de gelo terrestre do mundo, um volume superado apenas pelas massa dos Pólos Sul e Norte. As geleiras da região são importante fonte de água para a população asiática, sendo vital para economia e subsistência das pessoas. O perigo do aquecimento global é constante e pode levar à extinção enormes pedaços das geleiras dos Himalaias, ameaçando o padrão de chuvas, o fluxo dos rios e a agricultura em toda a Ásia.
  • 4. Alpes de Kitzbühel, Áustria

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    Um estudo sobre mudança climática nos Alpes europeus realizado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE) aponta que as famosas pistas de esqui podem estar com os dias contados por lá. A estimativa é de que 9% das estações já sofram com o aquecimento global. Uma da mais vulneráveis é a de Kitzbühel, na Áustria, cerca de 800 metros acima do nível do mar. Por falta de gelo, na última temporada de Natal, apenas 1/5 dos elevadores operaram e ainda foi necessário usar neve artificial para liberar o uso de algumas pistas.
  • 5. Calota de Gelo de Quelccaya

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    Como a maioria dos glaciares da Terra, a maior calota tropical do mundo, a Quelccaya, nos Andes peruanos, já perdeu desde 1978 cerca de aproximadamente 20% da sua área. A estimativa dos cientistas é de que ela recua ao menos 4 metros todos os anos, dez vezes mais depressa do que a cinco décadas atrás, segundo estudo do Instituto de Politicas para a Terra.
  • 6. Glaciar Franz Josef, Nova Zelândia

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    Ele desce de 3,5 mil metros até 240 metros acima do nível do mar no meio de uma floresta tropical. Seu nome popular, The Tears of Hinehukatere (As Lágrimas de Hinehukatere, no português) vem de uma antiga lenda local sobre uma menina que perde seu amado numa avalanche. Suas lágrimas correm então montanha abaixo e congelam, formando o glaciar. Como os demais monte gelados da Nova Zelândia, o Granz Josef sofre com o fenômeno do aquecimento global, que já reduziu 25% da área total dos alpes.
  • 7. Monte Chomolhari, Butão

    7 /7(Wikimedia Commons)

    Encravado entre a China e a Índia, o reino do Butão possui muitas montanhas e picos nevados, entre eles o Monte Chomolhari ou Jomolhari, com aproximadamente 7,3 mil metros de altura. O rápido derretimento do gelo que corre para os lagos nos vales é uma ameaça para as comunidades da região. Há o perigo das represas nos lagos romperem e causarem deslizamentos de terra e enchentes, destruindo assim vilarejos locais, mosteiros e plantações.
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