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Reserva natural da África está ameaçada, diz WWF

Fundo Mundial para a Natureza fez denúncia contra petroleira britânica, acusada de ameaçar vida selvagem na mais antiga reserva natural da África

Parque Nacional de Virunga, na República Democrática do Congo: atividades da companhia Soco International deixam "pessoas, animais e habitats em risco", diz WWF (Riccardo Gangale/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2013 às 09h09.

Paris - Ambientalistas do Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês) fizeram uma denúncia nesta segunda-feira contra uma companhia de petróleo britânica acusada de intimidar a população local e de ameaçar a vida selvagem na mais antiga reserva natural da África , a área de maior biodiversidade do continente.

A organização alega que as atividades de exploração de petróleo da companhia Soco International no Parque Nacional Virunga e seu entorno, no leste da República Democrática do Congo, deixam "pessoas, animais e habitats em risco", além de violar as diretrizes internacionais estabelecidas pela Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico ( OCDE ), em uma denúncia apresentada contra a organização.

"A única forma de a Soco entrar em conformidade com as diretrizes da OCDE é a companhia pôr fim definitivamente à exploração em Virunga", disse Lasse Gustavsson, diretor-executivo de conservação da WWF Internacional.

"Pedimos que a companhia suspenda suas atividades imediatamente", acrescentou.

As organizações podem recorrer às diretrizes da OCDE sobre o comportamento empresarial ético como forma de pressionar empresas e até mesmo governos.

A Soco rejeitou as denúncias, considerando-as "infundadas" em seu site, a acrescentando que ainda não deu início às atividades operacionais e que não fará isso até que estudos de impacto tenham sido concluídos.

Virunga é um dos locais mais antigos do Patrimônio Mundial da Unesco e a área mais ambientalmente diversa do continente africano, habitat de milhares de rinocerontes e 200 gorilas das montanhas, espécie ameaçada de extinção.


Uma avaliação própria feita pela Soco sobre sua exploração no parque alerta para o potencial de poluição e danos aos frágeis habitats de animais em Virunga.

A WWF alega que Soco tem usado segurança estatal para intimidar os críticos ao seu negócio e afirma que a organização não conseguiu descobrir o verdadeiro impacto do desenvolvimento durante consultas com moradores locais.

O contrato da Soco com o governo congolês efetivamente isenta a empresa de regulamentações adicionais, diz a WWF, pedindo que a empresa também considere a saúde e o sustento dos 50.000 moradores do local.

O Reino Unido é membro fundador da OCDE e as diretrizes da organização foram usadas anteriormente para pressionar politicamente o governo britânico.

Anthony Field, ativista da WWF no Reino Unido, disse à AFP que "as diretrizes da OCDE são os padrões mais respeitados de boas práticas nos negócios e são reconhecidas internacionalmente por 45 países, inclusive o Reino Unido".

As denúncias à OCDE podem ser "incrivelmente eficazes", disse Field, dando como exemplo um caso em 2009, quando a empresa de mineração Vedanta Resources foi condenada por Londres por desrespeitar os direitos de um grupo indígena quando planejava explorar uma mina de bauxita no estado indiano de Orissa.

A Soco informou que seus primeiros estudos de impacto ambiental foram feitos em "estreita colaboração" com o Instituto Congolês de Conservação da Natureza, que administra o parque.

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Paris - Ambientalistas do Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês) fizeram uma denúncia nesta segunda-feira contra uma companhia de petróleo britânica acusada de intimidar a população local e de ameaçar a vida selvagem na mais antiga reserva natural da África , a área de maior biodiversidade do continente.

A organização alega que as atividades de exploração de petróleo da companhia Soco International no Parque Nacional Virunga e seu entorno, no leste da República Democrática do Congo, deixam "pessoas, animais e habitats em risco", além de violar as diretrizes internacionais estabelecidas pela Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico ( OCDE ), em uma denúncia apresentada contra a organização.

"A única forma de a Soco entrar em conformidade com as diretrizes da OCDE é a companhia pôr fim definitivamente à exploração em Virunga", disse Lasse Gustavsson, diretor-executivo de conservação da WWF Internacional.

"Pedimos que a companhia suspenda suas atividades imediatamente", acrescentou.

As organizações podem recorrer às diretrizes da OCDE sobre o comportamento empresarial ético como forma de pressionar empresas e até mesmo governos.

A Soco rejeitou as denúncias, considerando-as "infundadas" em seu site, a acrescentando que ainda não deu início às atividades operacionais e que não fará isso até que estudos de impacto tenham sido concluídos.

Virunga é um dos locais mais antigos do Patrimônio Mundial da Unesco e a área mais ambientalmente diversa do continente africano, habitat de milhares de rinocerontes e 200 gorilas das montanhas, espécie ameaçada de extinção.


Uma avaliação própria feita pela Soco sobre sua exploração no parque alerta para o potencial de poluição e danos aos frágeis habitats de animais em Virunga.

A WWF alega que Soco tem usado segurança estatal para intimidar os críticos ao seu negócio e afirma que a organização não conseguiu descobrir o verdadeiro impacto do desenvolvimento durante consultas com moradores locais.

O contrato da Soco com o governo congolês efetivamente isenta a empresa de regulamentações adicionais, diz a WWF, pedindo que a empresa também considere a saúde e o sustento dos 50.000 moradores do local.

O Reino Unido é membro fundador da OCDE e as diretrizes da organização foram usadas anteriormente para pressionar politicamente o governo britânico.

Anthony Field, ativista da WWF no Reino Unido, disse à AFP que "as diretrizes da OCDE são os padrões mais respeitados de boas práticas nos negócios e são reconhecidas internacionalmente por 45 países, inclusive o Reino Unido".

As denúncias à OCDE podem ser "incrivelmente eficazes", disse Field, dando como exemplo um caso em 2009, quando a empresa de mineração Vedanta Resources foi condenada por Londres por desrespeitar os direitos de um grupo indígena quando planejava explorar uma mina de bauxita no estado indiano de Orissa.

A Soco informou que seus primeiros estudos de impacto ambiental foram feitos em "estreita colaboração" com o Instituto Congolês de Conservação da Natureza, que administra o parque.

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