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Republicanos se mostram abertos a versão enxuta do plano de Biden

Roy Blunt, presidente do Comitê de Política Republicana do Senado, pediu aos democratas que se concentrem nos pilares tradicionais da infraestrutura

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos: além do pacote de estímulo econômico de US$ 1,9 trilhão, o presidente apresentou um plano de empregos (Tom Brenner/Reuters)

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos: além do pacote de estímulo econômico de US$ 1,9 trilhão, o presidente apresentou um plano de empregos (Tom Brenner/Reuters)

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AFP

Publicado em 4 de abril de 2021 às 15h08.

Os republicanos abriram a porta neste domingo, 4, a apoiar uma versão enxuta do plano de infraestrutura de dois trilhões de dólares impulsionado pelo presidente americano Joe Biden, que se se concentrar nas obras físicas, poderia ter uma "fácil vitória bipartidária".

O Plano de Empregos de Biden - a segunda iniciativa robusta de gastos em suas dez semanas no cargo, depois do pacote de estímulo à economia de US$ 1,9 trilhão - pretende modernizar as obras públicas dos Estados Unidos e tornar mais verde seu sistema energético.

Mas a proposta anunciada esta semana enfrenta grandes obstáculos no Congresso, em meio a críticas dos republicanos e de grupos de pressão empresariais que se opõem ao aumento de impostos corporativos com o qual se pretende financiar o plano.

Roy Blunt, presidente do Comitê de Política Republicana do Senado, pediu aos democratas que se concentrem nos pilares tradicionais da infraestrutura, como "rodovias, pontes, portos e aeroportos" e não nos projetos de gastos mais expansivos de Biden para criar empregos, combater as mudanças climáticas e fazer frente a uma China cada vez mais forte.

Blunt se pronunciou enquanto altos funcionários da administração apareciam em programas neste domingo para vender o projeto aos americanos como um elemento-chave para conseguir um crescimento sustentado do emprego.

"Conversei com a Casa Branca algumas vezes e disse: 'vocês têm uma vitória fácil bipartidária aqui se mantiverem este pacote praticamente centrado na infraestrutura", disse Blunt ao programa da ABC "This Week".

Isso não impediria o governo a impulsionar depois outros aspectos do seu plano com uma visão partidária, acrescentou.

O senador republicano queixou-se de que o plano preveja mais dinheiro para postos elétricos de recarga de veículos do que para melhorias físicas.

"Quando as pessoas pensam em infraestrutura, pensam em estradas, pontes, portos e aeroportos", disse à ABC.

Blunt, um membro experiente da equipe de líderes do Senado, demonstrou, no entanto, um tom mais conciliador do que o do líder dos republicanos na Câmara Alta, Mitch McConnell, que dias atrás havia prometido lutar contra o plano de Biden "a cada passo".

Momento único

O governo democrata destaca com frequência as pesquisas que indicam que seu plano é popular entre os americanos de todas as ideologias.

Perguntado pela ABC se ainda é realista esperar o apoio republicano ao plano, o secretário dos Transportes, Pete Buttigieg, respondeu: "Acho que pode ser".

"Este é um momento único na vida", acrescentou, voltando a citar a estimativa de que o projeto poderia criar 19 milhões de empregos.

"Não penso que nos próximos 50 anos vamos ver outro momento em que tenhamos essa combinação de uma necessidade provada, interesse bipartidário, impaciência generalizada e um presidente que está comprometido com isso", assegurou Buttigieg.

Brian Deese, diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, destacou, por sua vez, os benefícios do plano a longo prazo, levando em conta que os Estados Unidos ainda estão 8,4 milhões de empregos abaixo de seus níveis anteriores à pandemia.

"Acreditamos que podemos ter não só uma forte recuperação do trabalho este ano, como podemos sustentá-lo durante vários anos. Esse é o objetivo", declarou ao programa "Fox News Sunday".

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