Mundo

Republicanos elaboram nova proposta para lei de saúde

É o segundo projeto apresentado pelos republicanos no Senado para cumprir com a promessa de acabar com a reforma de saúde de Obama

Congresso: o presidente Donald Trump pretende aprovar o mais rápido possível uma nova lei (Getty Images/Getty Images)

Congresso: o presidente Donald Trump pretende aprovar o mais rápido possível uma nova lei (Getty Images/Getty Images)

E

EFE

Publicado em 13 de julho de 2017 às 17h37.

Washington - A liderança republicana do Senado dos Estados Unidos revelou nesta quinta-feira uma nova proposta para substituir a lei de saúde conhecida como Obamacare, no entanto, de maneira inesperada, outros dois membros do partido apresentaram uma nova alternativa ao texto, aumentando a divisão interna.

O projeto revisado foi anunciado pelo líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnel, e inclui mudanças a obter mais votos dentro da própria bancada do partido. Elas visam atrair, especialmente, os mais conservadores.

É o segundo projeto apresentado pelos republicanos no Senado para cumprir com a promessa de acabar com a reforma de saúde realizada pelo ex-presidente Barack Obama. A primeira versão, aprovada na Câmara dos Representantes, está longe de convencer os senadores.

O problema está na forte divisão ideológica vivida pelo partido republicano, além das pressões que chegam da Casa Branca. O presidente Donald Trump pretende aprovar o mais rápido possível uma nova lei, com o objetivo de economizar o suficiente para justificar um grande corte fiscal para as classes mais altas do país.

Os republicanos afirmam que essa versão proporcionaria US$ 70 bilhões em fundos adicionais que os estados poderiam usar para ajudar a reduzir os prêmios dos seguros médicos, diminuir os custos e fazer que o cuidado com a saúde seja mais acessível.

Além disso, assim como as anteriores, a lei contempla fortes cortes aos auxílios para o plano oferecido aos mais pobres, conhecido como Medicaid, medida criticada radicalmente pelos senadores mais centristas.

Alguns dos ultraconservadores republicanos passaram a apoiar o texto depois de conseguirem incluir algumas emendas. Dois deles são Ted Cruz (Texas) e Mike Lee (Utah) que incluíram um artigo que permite que as seguradoras ofereçam planos que não cumpram com todos os regulamentos do Obamacare, incluindo a obrigação relativa às doenças pré-existentes.

Quem ainda não se convenceu foi Rand Paul, ultraliberal que quer a revogação completa do Obamacare para que os americanos possam escolher o plano de saúde que desejem, sem imposições do governo.

Além dessas complicações, os senadores republicanos Lyndsey Graham e Bill Cassidy apresentaram uma proposta alternativa, não acertada com os demais membros do partido, e que abre a possibilidade de deixar o destino dos planos de saúde e seus subsídios nas mãos dos estados.

"Ainda temos um longo caminho pela frente. O plenário do Senado vai ser um lugar selvagem na próxima semana", reconheceu o senador republicano John Thune, sobre a briga interna de sua bancada.

McConnell atrasou em três semanas o começo do recesso de verão para tentar chegar a um texto que convença os republicanos, como Trump pediu em várias ocasiões.

O líder republicano não descarta trabalhar com os democratas para pelo menos poder modificar a atual lei, algo que teve boa recepção, desde que a proposta contemple uma ampliação do acesso à rede de saúde, não uma redução, como ocorreria com as atuais propostas.

Segundo estudos independentes do Escritório de Orçamento do Congresso, entre 22 e 24 milhões de pessoas perderiam seus planos de saúde nos próximos dez anos com as propostas dos republicanos.

"A lei republicano do Trumpcare ainda mina o Medicaid. Os cortes são totalmente draconianos, como na versão anterior", disse hoje o líder da minoria democrata, Chuck Schumer.

Acompanhe tudo sobre:Barack ObamaDonald TrumpEstados Unidos (EUA)Partido Republicano (EUA)Saúde

Mais de Mundo

Israel reconhece que matou líder do Hamas em julho, no Irã

ONU denuncia roubo de 23 caminhões com ajuda humanitária em Gaza após bombardeio de Israel

Governo de Biden abre investigação sobre estratégia da China para dominar indústria de chips

Biden muda sentenças de 37 condenados à morte para penas de prisão perpétua