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Republicano compara Trump a Stalin por ataques à imprensa

O senador republicano também destacou as consequências a longo prazo caso o presidente continue questionando a verdade

Trump: a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, rejeitou o discurso do senador republicano (Kevin Lamarque/Reuters)
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EFE

Publicado em 17 de janeiro de 2018 às 18h45.

Washington - O senador republicano Jeff Flake criticou nesta quarta-feira com veemência o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , por seus reiterados ataques à imprensa, e inclusive o comparou com o ditador soviético Joseph Stalin.

"Já não podemos combinar os ataques à verdade com o nosso silencioso consentimento. Já não podemos fazer vista grossa ou nos fazer de surdos a estes ataques contra as nossas instituições", disse Flake em seu discurso no Senado sobre o silêncio da sua bancada sobre a atitude de Trump.

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"Um presidente americano que não pode ser criticado, que constantemente deve desviar e distorcer e distrair, que deve encontrar alguém a quem culpar, está traçando um caminho muito perigoso. E um Congresso que não atua como um controle sobre o presidente aumenta o perigo", insistiuo senador.

Flake também comparou os ataques de Trump aos veículos de imprensa com a retórica de Stalin e destacou as consequências a longo prazo caso o presidente continue questionando a verdade.

"Porque sem verdade nem uma fidelidade de princípios à verdade e aos fatos compartilhados, senhor presidente, a nossa democracia não durará".

"É um testemunho da condição da nossa democracia que o nosso próprio presidente use palavras infamemente pronunciadas por Joseph Stalin para descrever seus inimigos", acrescentou o Flake, embora apenas dois senadores democratas tenham aguardado para escutar seu discurso completo.

"Cabe apontar que tão carregada de malícia era a frase 'inimigo do povo', que inclusive Nikita Khrushchev proibiu seu uso, dizendo ao Partido Comunista Soviético que a frase tinha sido introduzida por Stalin com o propósito de 'aniquilar essas pessoas' que não estavam de acordo com o líder supremo", disse em alusão aos comentários de Trump, que chamou a imprensa de "inimiga do povo ".

Por sua vez, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, rejeitou o discurso do senador republicano e ironizou dizendo que achava "interessante" que essas palavras de ataque tenham vindo de um senador "que recentemente esteve defendendo o opressivo governo de Cuba".

O senador pelo Arizona foi um dos legisladores republicanos que trabalhou mais de perto na aproximação com Havana durante o governo de Barack Obama.

"Não está criticando o presidente porque é contra a opressão, está criticando porque aparece terrivelmente mal nas pesquisas", acrescentou Sarah em sua entrevista coletiva diária.

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