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Republicano Chris Christie se alia a Obama contra Sandy

''Não dou a mínima para o dia das eleições'', disse Christie


	''O presidente esteve excepcional em sua gestão do desastre'', afirmou o político
 (Reuters)

''O presidente esteve excepcional em sua gestão do desastre'', afirmou o político (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 31 de outubro de 2012 às 19h33.

Washington - O governador de Nova Jersey, Chris Christie, abandonou por alguns dias o lado do republicano Mitt Romney para juntar-se a seu rival, o presidente Barack Obama, em um esforço contra a tempestade ''Sandy'' ao qual muitos insistem em dar um tom político.

A seis dias das eleições, o republicano que dirige um dos estados mais prejudicados por ''Sandy'' não hesitou em elogiar Obama e em responder aqueles que lhe criticam por isso com a mesma franqueza que lhe transformou em uma figura popular dentro de seu partido.

''Não dou a mínima para o dia das eleições'', disse Christie em entrevista coletiva na terça-feira em Nova Jersey. ''Que se preocupem com isso os políticos que estão nas cédulas. Não é meu problema'', reiterou.

Em uma dessas cédulas está o nome de Romney, um candidato a quem Christie considerou inclusive acompanhar como vice e a quem respaldou desde o primeiro dia de sua campanha, com momentos estelares como o discurso inaugural da Convenção Republicana em agosto.

Enquanto Romney se esforçava para angariar votos nos estados-chave, Christie acompanhou Obama hoje em sua viagem pelas áreas mais devastadas de Nova Jersey, após agradecer o fato de líder ter assinado rapidamente a declaração de emergência que ele tinha solicitado para seu estado.

''O presidente esteve excepcional em sua gestão do desastre'', afirmou o político em entrevista na terça-feira ao canal ''CNN''.

''Foi maravilhoso trabalhar com o presidente. Sua administração coordenou tudo conosco'', insistiu em outro programa da ''MSNBC''.


Embora o governador insista que não transformará em algo político uma tempestade que custou vidas, não faltam aqueles que já calculam o impacto que seus elogios terão nas perspectivas de reeleição de Obama.

Dante Chinni, professor de Política da American University, acredita que os afagos de Christie são um exemplo dos ''pequenos benefícios'' que ''Sandy'' pode trazer a Obama, porque ''as pessoas não se sentem bem atacando o presidente durante uma crise'', afirmou à Efe.

Embora tenha coisas em comum, como sua profunda admiração pela estrela do rock, Bruce Springsteen, os analistas concordam que o ''romance'' entre Christie e Obama será efêmero e não se deve a outra coisa que a personalidade franca e loquaz do governador.

Conhecido por seu desapego ao protocolo, o governador também não duvidou em enfrentar abertamente o prefeito de Atlantic City, Lorenzo Langford, nem em revelar sua dor pessoal pela passagem da tempestade, lamentando em sua conta no Twitter a perda ''da costa de Jersey da minha juventude''.

Christie, de 50 anos, governa há dois e meio o estado no qual nasceu, um bastião democrata onde impôs suas receitas republicanas em forma de duros cortes que lhe valeram a admiração da ala mais tradicional do partido.

No entanto, suas políticas não conseguiram diminuir a taxa de desemprego no estado, que em setembro seguia em 9,8%, e a lenta recuperação econômica põe em risco sua própria reeleição, prevista para o ano que vem, quando enfrentará, provavelmente, o prefeito democrata de Newark, Cory Booker.


Christie goza atualmente da aprovação de 56% dos eleitores de seu estado, segundo uma enquete publicada na semana passada pela Universidade Quinnipiac.

De origem humilde e advogado de profissão, o político nascido em Newark era um desconhecido até 2001, quando o então presidente George W. Bush decidiu nomeá-lo procurador-geral de Nova Jersey.

Católico, casado e com quatro filhos, o corpulento político decidiu concorrer pelo governo do estado em 2009, e finalmente conseguiu desbancar o governador democrata Jon Corzine em uma ajustada disputa.

Nesse cargo, Christie travou batalhas pelo orçamento, o desemprego e contra o casamento gay, mas a mais forte chegou na terça-feira na forma de ventos que ele soube responder de forma ''responsável e agressiva'', segundo Obama.

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