Mundo

Repressão na Síria provocou mais de 3.000 mortes

Segundo informações da ONU, pelo menos 187 mortos eram crianças

As manifestações desta sexta foram dedicadas aos soldados que desertaram para se unir aos protestos  (AFP)

As manifestações desta sexta foram dedicadas aos soldados que desertaram para se unir aos protestos (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2011 às 12h45.

Damasco - A repressão na Síria matou mais de 3.000 pessoas, incluindo pelo menos 187 crianças, desde 15 de março, anunciou nesta sexta-feira o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos.

Nesta sexta-feira, dez pessoas morreram e 40 ficaram feridas por disparos das forças de segurança que dispersaram várias manifestações convocadas através do Facebook e dedicadas aos "homens livres do exército", os soldados que desertaram para se unir ao movimento de protesto contra o regime.

Apenas na quinta-feira, foram 36 mortos, sendo 25 militares, e dezenas de pessoas ficaram gravemente feridas no país, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH)

"Mais de 100 pessoas morreram apenas nos últimos 10 dias. Além disso, milhares de pessoas foram detidas, vítimas de desaparecimentos forçados e torturadas", afirma um comunicado do Alto Comissariado.

As sanções adotadas pela comunidade internacional contra a Síria não modificaram até o momento a atitude do regime sírio, afirmou o porta-voz do Alto Comissariado, Rupert Colville.

Por este motivo, o organismo da ONU pede aos países que adotem medidas urgentes para proteger os sírios que protestam contra o regime de Bashar al-Assad.

O OSDH informou que 10 civis faleceram na quinta-feira, entre eles uma criança, na cidade de Banach (província de Idleb, noroeste). Outro civil morreu na cidade de Homs (centro). Quinze soldados e um oficial morreram em Banach, outros nove soldados na província de Deraa (sul) e um oficial das forças de segurança em Quseir (região de Homs).

A ONG se declarou surpresa com o silêncio das autoridades sírias sobre a morte de dezenas de soldados do Exército nos últimos dias na região de Deraa, na província de Deir Ezzor (leste), na cidade de Quseir e em Jabal Zawiya (região de Idleb), e com o fato de que os corpos não foram entregues às famílias.

Rússia e China - membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU - opuseram em 4 de outubro seu veto a um projeto de resolução dos países ocidentais, o qual ameaçava o regime sírio com "medidas concretas" caso não cesse a sangrenta repressão das manifestações.

A China, no entanto, alertou a Síria que deve atuar de maneira mais rápida para cumprir as promessas de reformas.

Esta foi a primeira vez que a China se afastou de sua postura de não interferência a respeito da Síria.

"Qualquer aumento da pressão chinesa exercida sobre o regime de Assad é bem-vinda", comentou Victoria Nuland, porta-voz da diplomacia americana.

Até o momento, Pequim se contentava em pedir "a todas as partes na Síria que dessem mostras de maior moderação e evitassem a violência".

Acompanhe tudo sobre:ONUSíriaViolência urbana

Mais de Mundo

França e Polônia reafirmam posição contra o acordo UE-Mercosul

2ª Expo de cadeia de suprimentos em Pequim foca na integração global

Israel anuncia acordo de cessar-fogo com Hezbollah

Supercomputador Tianhe lidera ranking global de eficiência energética em pequenos dados