Mundo

Renegociar acordo de paz depende das Farc, diz Colômbia

O chefe negociador do governo e o alto comissário da Paz estão reunidos com os delegados das Farc para avaliar sua disposição de revisar o que foi acordado


	Acordo de paz: "o acordo foi encerrado e assinado em 26 de setembro. Assim, a decisão não é do governo", enfatizou o país
 (John Vizcaino / Reuters)

Acordo de paz: "o acordo foi encerrado e assinado em 26 de setembro. Assim, a decisão não é do governo", enfatizou o país (John Vizcaino / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de outubro de 2016 às 18h26.

A decisão de renegociar o acordo para terminar com meio século de conflito armado na Colômbia depende das Farc - disse nesta terça-feira (4) a chanceler María Ángela Holguín, dois dias depois de o pacto com essa guerrilha marxista ter sido rejeitado em um plebiscito.

"A decisão de abrir, ou não, os acordos é mais uma decisão das Farc", afirmou em coletiva de imprensa Holguín, membro da delegação que negociou em Cuba com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) - principal e mais antiga guerrilha do país.

A ministra acrescentou que Humberto de la Calle, chefe negociador do governo, e o alto comissário da Paz, Sergio Jaramillo, estão em Havana reunidos com os delegados das Farc para avaliar sua disposição de revisar o que foi acordado.

"O acordo foi encerrado e assinado em 26 de setembro. Assim, a decisão não é do governo", enfatizou em coletiva de imprensa, assinalando que existe "toda a disposição" para ouvir as razões dos que votaram pelo "Não".

Designada na segunda-feira (3) pelo presidente Juan Manuel Santos para dialogar com os opositores ao pacto, Holguín disse que "não deve passar muito tempo" para os que rejeitaram o acordo, liderados pelo ex-presidente Álvaro Uribe, "listarem o que querem revisar".

"Aqui a paz está em jogo, o término de um conflito de 52 anos", insistiu.

A ministra disse esperar que a reunião com os porta-vozes do Centro Democrático, partido de direita liderado por Uribe, aconteça o mais rápido possível.

Sobre como a comunidade internacional recebeu a rejeição ao acordo, após o apoio dado aos diálogos de quase quatro anos, Holguín assinalou: "bastante aterrorizada".

"Todas as ligações que recebi foram de decepção e de que não entendem como um país não opta pela paz. Mas, ao mesmo tempo, ouvi muitos apoiadores e muitos dizendo 'espero que as forças políticas tenham maturidade para ver rapidamente como se pode retomar o caminho do fim do conflito'", assinalou.

A respeito dos recursos que muitos países tinham prometido à Colômbia para implementar o acordo, a ministra disse: "Tudo fica congelado. Os países vão esperar para ver o que acontecerá para contribuir".

Acompanhe tudo sobre:América LatinaColômbiaFarc

Mais de Mundo

Israel reconhece que matou líder do Hamas em julho, no Irã

ONU denuncia roubo de 23 caminhões com ajuda humanitária em Gaza após bombardeio de Israel

Governo de Biden abre investigação sobre estratégia da China para dominar indústria de chips

Biden muda sentenças de 37 condenados à morte para penas de prisão perpétua