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Relatório oficial pede ampliação de usinas nucleares francesas

Um grupo de especialistas defendeu a ampliação do prazo dos reatores nucleares em funcionamento para mais de 40 anos

A central nuclear de Fessenheim: segundo o grupo, a expansão é a melhor opção para evitar aumento no preço da energia elétrica (Sebastien Bozon/AFP/AFP)

A central nuclear de Fessenheim: segundo o grupo, a expansão é a melhor opção para evitar aumento no preço da energia elétrica (Sebastien Bozon/AFP/AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de fevereiro de 2012 às 11h17.

Paris - Um grupo de especialistas nomeados pelo governo francês para elaborar cenários energéticos para 2050 defendeu a ampliação do prazo dos reatores nucleares em funcionamento para mais de 40 anos, como prometeu o presidente, Nicolas Sarkozy, em contraposição às propostas socialistas.

A equipe, em seu relatório apresentado nesta segunda-feira, afirmou que expandir a atividade dos 58 reatores que estão em funcionamento na França, se as condições estabelecidas pela Autoridade da Segurança Nuclear (ASN) forem cumpridas, é a melhor opção para evitar aumento no preço da energia elétrica.

Os analistas, entre os quais está o ex-diretor da Agência Internacional de Energia (AIE) Claude Mandil, indicaram que as atuais usinas nucleares podem continuar funcionando por mais 10 ou 20 anos após cumprirem os 40 para as quais foram projetadas inicialmente.

Para o governo conservador, ao substituir esses reatores por outras fontes de geração de eletricidade, o custo será superior aos 100 bilhões de euros ou até mesmo o dobro desse valor.

A comissão considerou que seria preciso construir 'um pequeno número' de reatores atômicos de nova geração para compensar o fechamento das centrais mais antigas e 'preparar o futuro, junto com o desenvolvimento das energias renováveis e a quarta geração' de usinas nucleares.


O ministro da Indústria, Éric Besson, que participou da apresentação do relatório à imprensa, se esforçou em aproveitar o documento da comissão para criticar as promessas do candidato socialista às presidenciais, François Hollande, que pretende reduzir o peso da eletricidade nuclear dos 75% atuais para 50% em 2025.

Esse ponto do programa de Hollande, que prevê o fechamento das centrais ao completarem 40 anos, foi alvo de um discurso na semana passada de seu principal rival, Sarkozy, que prometeu manter em atividade a central mais antiga delas, a de Fessenheim, que está em funcionamento desde 1977.

Besson, que estimou que a proposta socialista encareceria a energia elétrica na França entre 30% e 40%, indicou que o chefe de Estado decidiu na semana passada não apenas prolongar a operação dos reatores atômicos caso receba o sinal verde da ASN, mas desenvolver três novos tipos de centrais.

As novas usinas seriam a EPR, que já está sendo construída na Finlândia e no litoral da Normandia, com 1,5 mil megawatts de potência; outra de mil megawatts (Atmea) desenvolvida em parceria com o Japão, e uma terceira que terá entre 300 e 400 megawatts.

Os especialistas, cuja seleção foi muito criticada pelas organizações ambientalistas por sua suposta parcialidade pró-nuclear, advertiram em seu relatório que 'o desenvolvimento da energia eólica e da fotovoltaica após 2020 poderá criar um problema de intermitência que não deve ser subestimado'. 

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