Brexit: "temos muito trabalho para colocarmos nossas responsabilidades em ordem", disse Boris Johnson (Reuters/Toru Hanai)
Da Redação
Publicado em 25 de setembro de 2016 às 12h58.
Liverpool - O Reino Unido ainda tem muito trabalho pela frente antes do início formal do processo de divórcio da União Europeia (UE), sendo que uma vez iniciado, não poderá deixar o processo se arrastar, disse neste domingo o ministro das Relações Exteriores, Boris Johnson.
Na semana passada, Johnson disse que o Reino Unido iria induzir o artigo 50 do Tratado de Lisboa da UE para iniciar sua saída do bloco no início do próximo ano. Ele foi rapidamente colocado em seu lugar por assessores da primeira-ministra Theresa May, que disse que a política não mudou - o Reino Unido não iria invocar o processo este ano.
Londres está sob pressão para iniciar o divórcio por membros da UE e milhões de britânicos que votaram a favor da saída do bloco em um referendo de junho, e assessores de May sugeriram que ela espera que o início do procedimento formal seja no começo do próximo ano.
Alguns parlamentares e autoridades do governo, no entanto, afirmam que o governo não teve tempo para formar uma instância clara de negociação e que, iniciando o processo muito cedo, a Grã-Bretanha poderia chegar a um acordo fraco.
"Acredito que o crucial seja, obviamente, que não iremos fazê-lo antes do Natal e temos muito trabalho para colocarmos nossas responsabilidades em ordem e isso está em curso", disse Johnson ao programa na BBC de Andrew Marr.
"Eu acho... o que todo mundo quer... é a clareza e a sua conclusão. E não deixar que o processo se arraste é a frase-chave que eu usaria." May prometeu entregar um "acordo único" para o Reino Unido --para obter acordos comerciais em bons termos ao limitar a imigração, uma combinação descartada pelos líderes europeus, que afirmam que o comércio livre só é possível com a livre circulação de pessoas.
A repórteres, seus assessores e ministros disseram que o governo não daria "comentários corriqueiros" sobre o divórcio, mas que qualquer decisão será tomada por May.
Jeremy Corbyn, reeleito no sábado como líder da principal oposição britânica do Partido Trabalhista, acrescentou voz ao pedido de envolvimento do Parlamento no divórcio, cujo papel confirmado por ministros ainda é indefinido.