Mundo

Reino Unido quer eliminar déficit estrutural até 2016

Londres - O Ministro de Finanças do Reino Unido, George Osborne, afirmou hoje que seu governo vai eliminar o déficit estrutural e garantir que o ônus da dívida do país caia como porcentagem do Produto Interno Bruto (PIB) até o ano fiscal de 2015, que termina em 2016. Osborne afirmou que essa é a meta […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.

Londres - O Ministro de Finanças do Reino Unido, George Osborne, afirmou hoje que seu governo vai eliminar o déficit estrutural e garantir que o ônus da dívida do país caia como porcentagem do Produto Interno Bruto (PIB) até o ano fiscal de 2015, que termina em 2016. Osborne afirmou que essa é a meta fiscal formal mas que ele decidiu buscar esses objetivos um ano antes, no ano 2014/2015, para dar credibilidade aos planos fiscais.

Os planos são uma tentativa de estancar um déficit orçamentário que alcançou 155 bilhões de libras no último ano fiscal. Osborne afirmou que 77% da consolidação fiscal virá por meio de cortes de gastos, com o restante gerado pelo aumento de impostos. Usando dados fornecidos pelo conselho fiscal independente, o Escritório para Responsabilidade Orçamentária (OBR, na sigla em inglês), Osborne afirmou que a economia do Reino Unido vai crescer 1,2% neste ano. O crescimento em 2011 foi reduzido de 2 6% para 2,3%.

Em 2012, o crescimento será de 2,8%; em 2013, de 2,9%; e em 2014 e 1015, de 2,7%. Isso significa que o OBR acredita que o aperto fiscal extra anunciado pelo ministro vai reduzir o crescimento britânico em 2010 e 2011, mas elevá-lo a partir de 2013. Osborne também afirmou que o OBR deu a ele um sinal de aprovação, ao dizer que os planos do ministro têm mais de 50% de chance de alcançar as metas.

Empréstimos
Osborne afirmou ainda que os empréstimos líquidos vão totalizar 149 bilhões de libras no ano fiscal 2010/2011 e cairão para 116 bilhões de libras em 2011/2012, 89 bilhões de libras em 2012/2013, 60 bilhões de libras em 2013/2014 e 37 bilhões de libras em 2014/2015.

No ano 2015/2016, os empréstimos líquidos diminuirão para 20 bilhões de libras. Isso significa que eles serão reduzidos à metade do que era previsto pelos planos orçamentários do governo anterior até o ano fiscal 2014/2015. O ministro afirmou que, como porcentagem do PIB, os empréstimos líquidos cairão de 10,1% neste ano para 1,1% em 2015/2016.

Os amplos cortes no orçamento anunciados por Osborne provocarão redução de 25% em termos reais em alguns orçamentos departamentais durante os próximos quatro anos. Osborne também anunciou um congelamento dos salários do setor público por dois anos e significativos cortes nos gastos com bem estar social.

Segundo o ministro, as medidas vão reduzir o atual déficit do orçamento estrutural de 4,8% do PIB neste ano para superávit de 0,3% do PIB em 2014/2015 e 0,8% em 2015/2016. O OBR informou que os planos orçamentários elaborados pelo governo anterior deixariam esse déficit em 1,6% do PIB em 2014/2015.

O orçamento anunciado hoje pode ser decisivo para o primeiro governo de coalizão do Reino Unido em cerca de 60 anos. O primeiro-ministro David Cameron assumiu o cargo em 11 de maio como líder da coalizão entre o Partido Conservador e os Liberais Democratas em seguida a uma campanha eleitoral que se concentrou na questão sobre como lidar com o déficit orçamentário.

O governo britânico foi alertado que um fracasso em solucionar a questão poderia levar a uma crise de crédito como a enfrentada pela Grécia e poderia fazer o país perder a classificação de risco AAA. O oposicionista Partido Trabalhista tem afirmado que um profundo corte no orçamento pode fazer a economia do Reino Unido entrar em uma "década perdida" de baixo ou lento crescimento, como a vivida pelo Japão. As informações são da Dow Jones.

Leia mais notícias sobre o Reino Unido

Acompanhe tudo sobre:EuropaIndicadores econômicosOrçamento federalPaíses ricosPIBReino Unido

Mais de Mundo

Biden assina projeto de extensão orçamentária para evitar paralisação do governo

Com queda de Assad na Síria, Turquia e Israel redefinem jogo de poder no Oriente Médio

MH370: o que se sabe sobre avião desaparecido há 10 anos; Malásia decidiu retomar buscas

Papa celebrará Angelus online e não da janela do Palácio Apostólico por resfriado