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Reino Unido pode boicotar Copa do Mundo após ataque a ex-espião

A decisão será tomada caso seja comprovado o envolvimento da Rússia no suposto envenenamento do agente

Reino Unido: outra possibilidade é que a família real não vá em qualidade de representação britânica ao torneio (Christopher Furlong/Getty Images)

Reino Unido: outra possibilidade é que a família real não vá em qualidade de representação britânica ao torneio (Christopher Furlong/Getty Images)

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EFE

Publicado em 7 de março de 2018 às 10h40.

Londres - O boicote inglês à Copa do Mundo deste ano é apenas uma das medidas de represália estudadas pelo governo do Reino Unido para caso seja comprovado o envolvimento da Rússia no suposto envenenamento de um ex-espião russo.

O jornal "Daily Mirror" afirma nesta quarta-feira que outra possibilidade é que a família real não vá em qualidade de representação britânica ao torneio, após o ex-espião Sergei Skripal e sua filha, Julia, terem sido achados no domingo inconscientes em Salisbury, na Inglaterra, pelo efeito de uma substância desconhecida.

O ministro de Relações Exteriores britânico, Boris Johnson, advertiu que o Reino Unido responderá com firmeza se for comprovado que as autoridades russas tentaram assassinar Skripal, que foi agente duplo durante muitos anos e trabalhou para a inteligência britânica.

"Acredito que será difícil manter a representação do Reino Unido na Copa do Mundo", disse Johnson no Parlamento, ao comentar que o Reino Unido considerará todas as medidas possíveis como represália.

Em torneios anteriores, o príncipe William, o segundo na linha de sucessão da coroa e que é presidente da Federação Inglesa (FA) de futebol, foi o representante britânico.

Nem o palácio de Buckingham, residência oficial da rainha Elizabeth II, nem o de Kensington, onde vive o duque de Cambridge, quiseram se pronunciar sobre planos para que o príncipe vá à Copa do Mundo na Rússia.

A polícia britânica investiga o misterioso caso do ex-espião russo e também a origem da substância que provocou a intoxicação. De acordo com a imprensa local, o ex-agente secreto foi um antigo coronel da espionagem militar da Rússia, condenado em 2006 a 13 anos de prisão por alta traição após ser processado por ter colaborado durante anos com os serviços de espionagem britânicos MI6.

Em 2010, foi posto em liberdade em uma troca de espiões russos expulsos dos Estados Unidos, negociação que aconteceu em uma pista do aeroporto de Viena.

Skripal foi levado ao Reino Unido, onde se instalou em Salisbury, cidade conhecida pela catedral e onde o ex-agente levava uma vida aparentemente muito tranquila.

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