Irã: os líderes defenderam a vigência do pacto (President.ir/Reuters)
EFE
Publicado em 13 de outubro de 2017 às 17h19.
Londres - O Reino Unido, França e Alemanha afirmaram nesta sexta-feira em um comunicado conjunto que continuam "comprometidos" com o acordo nuclear com o Irã, após os Estados Unidos ameaçarem deixá-lo.
A primeira-ministra britânica, Theresa May; a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Emmanuel Macron, se mostraram "preocupados com as possíveis implicações" da decisão de Washington de se retirar do pacto se não forem corrigidos "defeitos graves" alegados pelos EUA.
"Os nossos governos estão comprometidos em garantir que o JCPOA (Plano Integral de Ação Conjunta, como é conhecido o acordo nuclear entre Irã e Grupo 5+1) será mantido", diz o comunicado.
"O acordo nuclear foi a culminação de 13 anos de diplomacia e um importante passo à frente para conseguir que o programa nuclear do Irã não seja usado para fins militares", afirma o texto, que ressalta que o pacto recebeu o apoio unânime do Conselho de Segurança da ONU.
May, Merkel e Macron pediram ao governo e ao Congresso dos Estados Unidos para que considerem as implicações para a segurança do próprio país e de seus aliados "antes de dar qualquer passo que possa afetar o JCPOA, como reintroduzir sanções ao Irã suspensas em virtude do acordo".
Além de defenderem a vigência do pacto, os três líderes afirmaram que compartilham "as preocupações sobre o programa de mísseis balísticos do Irã e sobre atividades regionais que também afetam os interesses de segurança na Europa ".
"Estamos preparados para tomar novas medidas que forem apropriadas para corrigir estes problemas em cooperação com os Estados Unidos e todos os aliados relevantes", diz o comunicado, que pede ao Irã para participar de um "diálogo construtivo" com o fim de "acabar com ações desestabilizadoras e avançar rumo a soluções negociadas".
Trump anunciou hoje que, ainda que por enquanto não os EUA não sairão do acordo, a certidão que deve ser aprovada de maneira regular pelo Congresso para manter o acordo foi cancelada.
O presidente americano quer reforçar as inspeções que o acordo prevê e eliminar as "datas de validade" das restrições impostas sobre o programa nuclear iraniano, que em alguns casos expiram após de 10 a 25 anos.