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Reino Unido fará festa com luzes e contagem regressiva para sair da UE

Após mais de dois anos de espera, o governo de Boris Johnson planeja projeção de luzes, discurso e uma nova moeda que será colocada em circulação

Brexit: saída foi escolhida por 52% da população do Reino Unido em 2016, mas se arrastou para além do prazo planejado (Henry Nicholls/Reuters)

Brexit: saída foi escolhida por 52% da população do Reino Unido em 2016, mas se arrastou para além do prazo planejado (Henry Nicholls/Reuters)

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EFE

Publicado em 18 de janeiro de 2020 às 11h10.

Londres -- Um espetáculo de luzes que projetará uma contagem regressiva sobre a residência do primeiro-ministro britânico Boris Johnson em Downing Street marcará a saída do Reino Unido da União Europeia no próximo dia 31, segundo anúncio feito pelo governo neste sábado 18.

A casa do premiê será usada em vez do Big Ben, lendário relógio britânico que está atualmente em obras de reforma. Chegou a ser cogitado pedir o funcionamento temporário do Big Ben, mas o Executivo parece ter descartado a possibilidade.

Uma iniciativa popular na internet até mesmo arrecadou mais de 250.000 libras (R$ 1,35 milhão) das 500.000 libras (R$ 2,7 milhões) necessárias para ativar temporariamente o relógio da torre, que está rodeado de andaimes. No entanto, uma comissão parlamentar indicou que não seria apropriado usar o dinheiro do povo para um evento político, além de considerar o custo demasiado elevado.

De toda forma, o governo oficial planeja que um relógio projetado no tijolo preto de Downing Street fará uma contagem regressiva até à meia-noite no horário europeu (20h em Brasília) no dia 31 de janeiro.

Outros edifícios governamentais adjacentes também serão iluminados, e a bandeira britânica será hasteada na Praça do Parlamento, também no centro de Londres.

No dia do Brexit (nome dado à saída do Reino Unido da União Europeia), uma nova moeda de 50 centavos também será posta em circulação no Reino Unido, levando a mensagem de "Paz, prosperidade e amizade com todas as nações", segundo o ofício publicado hoje.

Além disso, no último dia dos britânicos na UE, Johnson se reunirá com seu gabinete no norte da Inglaterra para refletir sobre os planos de descentralizar a economia. No último minuto, fará um discurso à nação.

Não se sabe o que os governos de Escócia e Irlanda do Norte farão nos seus respectivos territórios, onde os cidadãos votaram esmagadoramente contra o Brexit no referendo de 23 de junho de 2016.

A novela do Brexit

A data de 31 de janeiro é o dia limite para que o Reino Unido deixe a União Europeia, conforme escolhido por 52% da população no referendo de 2016.

A saída já deveria ter acontecido no ano passado, em 31 de março, mas foi adiada diversas vezes por falta de um acordo sobre os termos da saída. No meio do caminho, a ex-premiê Theresa May também caiu, ao não ter conseguido passar no Parlamento e na União Europeia uma proposta para sair do bloco.

Johnson, ferrenho defensor do Brexit, foi eleito no ano passado prometendo um Brexit "duro", e disse que sairia da UE mesmo sem acordo, o que foi rejeitado pelo Parlamento. Agora, britânicos e a União Europeia parecem ter chegado a um consenso. O Parlamento finalmente aprovou o acordo de saída em 20 de dezembro, e o Brexit deve de fato se realizar no fim de janeiro.

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