Ciência

Reino Unido deve aprovar vacina contra covid-19 nos próximos dias

Próximo de se tornar primeiro país ocidental a aprovar uma vacina para a covid-19, Reino Unido pode começar vacinação em 7 de dezembro

Vacina contra covid-19 da Pfizer. (Dado Ruvic/Reuters)

Vacina contra covid-19 da Pfizer. (Dado Ruvic/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de novembro de 2020 às 08h53.

Última atualização em 29 de novembro de 2020 às 09h03.

O Reino Unido está prestes a se tornar o primeiro país ocidental a aprovar uma vacina para a covid-19 e iniciar a imunização. De acordo com o jornal Financial Times, o imunizante desenvolvido pela empresa de biotecnologia alemã BioNTech em parceria com a farmacêutica Pfizer deve receber a aprovação da agência regulatória do país nos próximos dias.

O governo britânico afirmou que a distribuição da vacina deve começar horas após a sua liberação e as primeiras injeções podem ocorrer já no dia 7 de dezembro.

O Reino Unido encomendou 40 milhões de doses do produto - no caso, serão necessárias duas aplicações para garantir a imunização de cada participante. Na segunda-feira, 23, a BioNTech e a Pfizer anunciaram que a sua vacina para o coronavírus apresentou mais de 95% de eficácia na prevenção da doença entre os voluntários.

De acordo com o jornal The Guardian, os hospitais públicos do Reino Unido devem ter as equipes preparadas para começar a receber as primeiras doses entre os dias 7 e 9. O produto da Pfizer deverá ir para os profissionais do serviço nacional de saúde (National Health Service, NHS), que serão também os primeiros a ser vacinados.

Embora inicialmente o governo de Boris Johnson tivesse apontado que seriam os cidadãos com mais de 80 anos e os residentes em lares de idosos que teriam prioridade na vacinação, as características do imunizante a ser adotado já levaram a uma mudança de planos. "Disseram-nos para estarmos à espera da vacina e para nos planejarmos imunizar a nossa equipe durante essa semana", escreve o jornal britânico, citando uma fonte hospitalar. "É a vacina da Pfizer que vamos receber e, portanto, não pode ser transportada novamente depois de nos ser entregue e teremos de usá-la no espaço de cinco dias, que é a validade."

Chegada a vacina aos hospitais, serão os profissionais de saúde os primeiros a ser vacinados, embora, numa primeira fase da discussão, o Governo de Boris Johnson tivesse apontado que seriam os cidadãos com mais de 80 anos e os residentes em lares de idosos a ter prioridade na vacinação. A escolha prendia-se com o facto de serem aqueles que correm maior risco de morrer na sequência da doença.

Neste momento, são a segunda prioridade e a mudança de regras teve a ver com as condicionantes do transporte da vacina desenvolvida pela Pfizer em parceria com a BioNTech. O fármaco só pode ser transportado um número limitado de vezes, já que se for movida mais do que quatro vezes pode tornar-se instável e ineficaz, escreve o jornal britânico.

Aprovação

As vacinas seriam normalmente autorizadas pela Agência Europeia de Medicamentos até o final da transição Brexit, em 31 de dezembro. No entanto, a Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde do Reino Unido tem o poder de autorizar temporariamente os produtos, em casos de necessidade pública urgente.

O mesmo processo poderia ser aplicado à vacina desenvolvida pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford. Na sexta-feira, 27, o governo britânico escreveu ao regulador, pedindo que revisse a vacina AstraZeneca-Oxford.

A Rússia aprovou a sua vacina contra o coronavírus em agosto, mas isso não foi baseado em dados de testes em grande escala. No início do mês, um representante do Ministério da Saúde do país que a vacina Sputnik V, como é chamado o imunizante russo, tem 90% de eficácia.

A BioNTech e a Pfizer enviaram no início deste mês dados do estudo de fase 3 em grande escala, que envolveu mais de 43.000 pessoas, ao US Food and Drug Administration (FDA), a agência que regula medicamentos e alimentos nos Estados Unidos.

Uma aprovação emergencial dos EUA pode ocorrer entre 8 e 10 de dezembro, com os embarques em todo o país a partir de 24 horas após o anúncio, de acordo com relatos da mídia americana. Em discurso às Forças Armadas no feriado de Ação de Graças, o presidente americano Donaldo Trump também afirmou que aplicação da vacina em grupos prioritários será iniciada em até duas semanas. Mas não deu detalhes.

No Brasil, a farmacêutica Pfizer informou na ultima quarta-feira 25, que deu início ao processo de submissão para registro da sua vacina contra a covid-19 junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Apesar de o registro ter sido iniciado junto à Anvisa, ainda não está claro quando o Brasil poderia ter acesso à vacina.

As vacinas em potencial

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusDoençasPfizerReino UnidoSaúdeTodos contra o coronavírusvacina contra coronavírusVacinas

Mais de Ciência

Israel anuncia corte no fornecimento de eletricidade para Gaza

Serviço Secreto americano dispara contra homem que portava arma perto da Casa Branca

Cuba enfrenta apagões simultâneos em 40% do país neste domingo, 9

Canadá define novo primeiro-ministro neste domingo, 9, em meio a tensão comercial com Trump