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Reino Unido declara seca em partes da Inglaterra durante onda de calor

A medida, declarada pela primeira vez desde 2018, surge em meio a uma onda de calor no Reino Unido, a segunda neste verão em um país não acostumado a altas temperaturas

Reino Unido: o estado de seca obriga as companhias de água a elaborarem planos de contingência para lidar com a escassez e proibir a irrigação, lavagem de carros e enchimento de piscinas privadas (AFP/AFP)
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AFP

Publicado em 12 de agosto de 2022 às 18h26.

O governo britânico declarou estado de seca nesta sexta-feira, 12, em grande parte da Inglaterra, atingida por uma onda de calor que também está afetando grande parte da Europa e do norte da África.
A medida, declarada pela primeira vez desde 2018, surge em meio a uma onda de calor no Reino Unido, a segunda neste verão em um país não acostumado a altas temperaturas.

O estado de seca obriga as companhias de água a elaborarem planos de contingência para lidar com a escassez e proibir a irrigação, lavagem de carros e enchimento de piscinas privadas.

O Reino Unido experimentou o mês de julho mais seco já registrado em certas regiões e o primeiro semestre mais seco desde 1976.

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A nascente do Tâmisa, o rio que atravessa Londres, secou e seu curso começa apenas cerca de oito quilômetros abaixo.

Um alerta laranja para "calor extremo" está em andamento desde quinta-feira em quase todo o sul da Inglaterra e parte do País de Gales e deve durar até esta sexta-feira, segundo o escritório nacional de meteorologia, o Met Office. Mas o calor recorde de 40,3°C em 20 de julho não deve ser superado.

"Estamos mais preparados do que nunca para o clima quente, mas continuaremos monitorando de perto a situação, incluindo o impacto sobre os agricultores e o meio ambiente, e tomaremos medidas adicionais, se necessário", disse o secretário de Água, Steve Double.

Nos parques de Londres e em grande parte do país, o verde da grama se transformou em um amarelo palha com um chão empoeirado.

Em outros países europeus, a onda de calor multiplicou os incêndios florestais.

Os cientistas garantem que essas ondas de calor se multiplicarão e se prolongarão devido ao aquecimento global.

Queimada?

Vários focos de incêndio permanecem ativos nesta sexta-feira no território francês, incluindo à beira-mar no sudoeste, no centro montanhoso.

Os quase 1.100 bombeiros franceses mobilizados na quinta-feira receberam a ajuda de 361 soldados de países europeus vizinhos, como Alemanha, Polônia, Áustria e Romênia, além de vários aviões-tanque da União Europeia.

No Gironde (sudoeste), as chamas queimaram 7.400 hectares desde terça-feira, e dez mil pessoas foram retiradas, algumas pela segunda vez até agora neste verão. E a luta não está ganha.

"Hoje pode ser um dia complicado, pois as temperaturas continuam subindo", disse Ronan Léaustic, vice-prefeito de Arcachon, uma estância turística a 50 quilômetros de Bordeaux.

No total, mais de 40.000 hectares foram queimados este ano na França, segundo as autoridades, enquanto as medições de satélite apontam para 50.000 hectares.

Em Portugal, cerca de 1.500 bombeiros tentam combater um incêndio que está ativo há quase uma semana, que destruiu cerca de 10.000 hectares no parque natural da Serra da Estrela (centro).

As chamas, que destruíram áreas florestais "únicas", causaram "danos irreparáveis", lamentou o presidente da associação ambientalista Zero, Francisco Ferreira, no canal público RTP.

Tanto a França como Portugal foram afetados este verão por uma seca histórica que os obrigou a restringir o uso da água.

Portugal teve o julho mais quente em quase um século e na França as chuvas foram 84% inferiores ao habitual durante o período 1991-2020.

A seca atinge duramente regiões do lado sul do Mediterrâneo, como Marrocos. Ouled Essi Masseoud, uma cidade outrora fértil localizada entre Casablanca e Marrakech, agora está seriamente afetada pelo estresse hídrico que ameaça todo o país.

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