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Reino Unido cogita medidas de distanciamento por mais um ano

O prolongamento da quarentena pode ocorrer se uma vacina ou tratamento eficaz contra a covid-19 não forem encontrados antes disso

Reino Unido: o Ministério da Saúde britânico registrou 759 novas mortes em hospitais de pacientes doentes com covid-19 na quarta-feira (John Sibley/Reuters)

Reino Unido: o Ministério da Saúde britânico registrou 759 novas mortes em hospitais de pacientes doentes com covid-19 na quarta-feira (John Sibley/Reuters)

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AFP

Publicado em 22 de abril de 2020 às 19h45.

Última atualização em 22 de abril de 2020 às 22h26.

O Reino Unido pode manter medidas de distanciamento devido ao coronavírus por mais um ano se uma vacina ou tratamento eficaz não forem encontrados antes disso, alertou o principal consultor médico do governo nesta quarta-feira.

"A saída disso será uma das duas coisas, uma vacina altamente eficaz" ou "medicamentos altamente eficazes para impedir que as pessoas morram com esta doença", disse Chris Whitty.

"Até que tenhamos isso, e a probabilidade de obtê-los a qualquer momento do ano que vem é muitíssimo pequena e acho que devemos ser realistas sobre isso, teremos que confiar em outras medidas sociais, que obviamente são muito perturbadoras", afirmou.

Ele não especificou, contudo, quais medidas podem ser mantidas, referindo-se simplesmente à "combinação ideal delas".

O Ministério da Saúde britânico registrou 759 novas mortes em hospitais de pacientes doentes com covid-19 na quarta-feira, elevando o número de mortes para 18.100 desde o início da crise no país, um dos mais afetados na Europa.

Teme-se que o número seja muito maior, uma vez que os números oficiais não incluem mortes que ocorreram em residências ou asilos onde, segundo representantes do setor, vários milhares de pessoas morreram.

Embora testes sistemáticos não sejam realizados e os poucos disponíveis sejam reservados para os pacientes mais graves, um total de 133.495 casos de coronavírus foram confirmados no Reino Unido, onde a pandemia está agora no seu "pico", disse nesta quarta-feira o ministro da Saúde, Matt Hancock, ao parlamento.

O primeiro-ministro Boris Johnson decretou o confinamento geral em 23 de março, sendo prolongado até 7 de maio.

Apesar da pressão crescente, seu governo atualmente não considera nenhum relaxamento, ao contrário de outros países europeus.

No parlamento nesta quarta-feira, o novo líder da oposição trabalhista Keir Starmer criticou o governo Johnson por sua "lentidão" na gestão da pandemia. "Há uma lacuna entre as promessas e os fatos", denunciou.

"Vemos uma tendência emergente: demoramos a decidir sobre o confinamento, demoramos a testar e agora demoramos a aceitar propostas de empresas britânicas" para fabricar equipamentos médicos, disse Starmer ao chanceler Dominic Raab, que está substituindo o primeiro-ministro enquanto ele se recupera do coronavírus que o manteve hospitalizado.

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