Reino Unido aprova construção de nova central nuclear
A decisão foi anunciada cinco anos depois da tragédia de Fukushima, em 2011, que levou a Alemanha, por exemplo, a abandonar definitivamente a energia atômica
Da Redação
Publicado em 15 de setembro de 2016 às 10h48.
O governo britânico aprovou a construção de uma central nuclear em Hinkley Point, a primeira nova unidade na Europa ocidental desde a tragédia de Fukushima , e cuja paralisação ameaçou as relações com a China , no momento em que o país busca novos parceiros comerciais.
Esta é a primeira central nuclear construída no Reino Unido em mais de 20 anos, desde a de Sizewell B, que entrou em funcionamento em 1995.
A decisão foi anunciada cinco anos depois da tragédia na central nuclear japonesa de Fukushima, em 2011, após um terremoto e tsunami, o que levou a Alemanha, por exemplo, a abandonar definitivamente a energia atômica.
A construção será liderada pela empresa francesa de energia EDF, com um terço de capital chinês, o que havia provocado grande receio no Reino Unido.
"Decidimos seguir adiante com a primeira central nuclear em uma geração", afirma o secretário de Estado de Energia e Empresas, Greg Clark, em um comunicado.
"É o primeiro pedido na Europa depois de Fukushima", destacou o secretário de Estado da Indústria francês, Christophe Siruque.
O novo governo britânico da primeira-ministra Theresa May anunciou no final de julho que precisava de tempo para "examinar cuidadosamente" o projeto e estabeleceu prazo até outubro.
A construção, que terá custo de 18 bilhões de libras (23,6 bilhões de dólares), tem forte apoio do governo francês, que possui 85% da EDF, mas também inclui investimentos do grupo chinês CGN, que ficará responsável por um terço do capital.
A retomada da energia nuclear na Europa
"A decisão do governo britânico de iniciar a construção de Hinkley Point C significa a retomada da energia nuclear na Europa", comemorou o presidente da EDF, Jean-Bernard Lévy.
"Demonstra o desejo de liderar o combate contra a mudança climática", completou.
A unidade Hinkley vai se unir às 185 centrais nucleares espalhadas pela Europa (incluindo as cinco na parte asiática da Rússia), de acordo com a ENS, a Sociedade Nuclear Europeia.
"Estamos muito felizes com a autorização do governo britânico", afirmou a empresa chinesa CGN.
Para outros, no entanto, a construção de Hinkley, que deve entrar em funcionamento em 2025, ainda terá que superar muitos obstáculos.
"Os sindicatos franceses não gostam do projeto, nem alguns dos prováveis candidatos à eleição presidencial francesa do próximo ano, as finanças da EDF não estão em seu melhor momento e o organismo regulador nuclear francês está examinando falhas no aço usado para um reator similar", explicou Richard Black, diretor da Energy and Climate Intelligence Unit (ECIU), um centro de análises britânico.
"Talvez a decisão não seja tão 'definitiva' como parece agora", afirmou.
Temor de que Pequim controle o interruptor
O envolvimento chinês era visto como uma ameaça à segurança britânica por alguns setores, mas, ao mesmo tempo, Londres temia irritar a segunda maior economia mundial em um momento em que busca novos sócios depois de que os britânicos votaram a favor da saída da União Europeia.
"É incompreensível que Londres tenha permitido a participação de empresas estatais chinesas que permitirão a Pequim paralisar a seu desejo a produção energética britânica", chegou a declarar no ano passado Nick Timothy, o principal assessor de Theresa May.
No anúncio desta quinta-feira, o secretário Clark garantiu que serão introduzidas uma "série de medidas para reforçar a segurança e garantir que Hinkley não pode mudar de mãos sem a aprovação do governo".
Em um comunicado separado, o governo afirma que existia uma "acordo revisado com a EDF" e que serão aprovadas novas leis para controlar a participação estrangeira em infraestruturas estratégicas.
"Os poderes legais existentes e o novo marco legal significarão que o governo pode intervir na venda da participação da EDF uma vez que Hinkley esteja operacional", completa a nota oficial.
May informou pessoalmente na quarta-feira ao presidente francês, François Hollande, sobre a aprovação do governo, indicou o governo de Paris.
Oposição popular
Os reatores devem cobrir 7% das necessidades de energia elétrica do país e ajudarão o Reino Unido a combater a mudança climática, afirmam as autoridades.
O projeto, no entanto, enfrenta uma forte oposição popular e May receberá um manifesto com 300.000 assinaturas reunidas pela organização ecologista Greenpeace.
"Os consumidores percebem que é um projeto que não pode ser construído, requer grandes subsídios e vai gerar eletricidade muito cara para seu uso", afirma em um comunicado Sue Aubrey, porta-voz da plataforma Stop Hinkley.
O temor da energia nuclear aumentou com a tragédia de a central atómica japonesa de Fukushima, en 2011.
"Os delírios nucleares do governo tentam frear a revolução da energia renovável que está acontecendo em todo o mundo", afirmou Aubrey.
O governo britânico aprovou a construção de uma central nuclear em Hinkley Point, a primeira nova unidade na Europa ocidental desde a tragédia de Fukushima , e cuja paralisação ameaçou as relações com a China , no momento em que o país busca novos parceiros comerciais.
Esta é a primeira central nuclear construída no Reino Unido em mais de 20 anos, desde a de Sizewell B, que entrou em funcionamento em 1995.
A decisão foi anunciada cinco anos depois da tragédia na central nuclear japonesa de Fukushima, em 2011, após um terremoto e tsunami, o que levou a Alemanha, por exemplo, a abandonar definitivamente a energia atômica.
A construção será liderada pela empresa francesa de energia EDF, com um terço de capital chinês, o que havia provocado grande receio no Reino Unido.
"Decidimos seguir adiante com a primeira central nuclear em uma geração", afirma o secretário de Estado de Energia e Empresas, Greg Clark, em um comunicado.
"É o primeiro pedido na Europa depois de Fukushima", destacou o secretário de Estado da Indústria francês, Christophe Siruque.
O novo governo britânico da primeira-ministra Theresa May anunciou no final de julho que precisava de tempo para "examinar cuidadosamente" o projeto e estabeleceu prazo até outubro.
A construção, que terá custo de 18 bilhões de libras (23,6 bilhões de dólares), tem forte apoio do governo francês, que possui 85% da EDF, mas também inclui investimentos do grupo chinês CGN, que ficará responsável por um terço do capital.
A retomada da energia nuclear na Europa
"A decisão do governo britânico de iniciar a construção de Hinkley Point C significa a retomada da energia nuclear na Europa", comemorou o presidente da EDF, Jean-Bernard Lévy.
"Demonstra o desejo de liderar o combate contra a mudança climática", completou.
A unidade Hinkley vai se unir às 185 centrais nucleares espalhadas pela Europa (incluindo as cinco na parte asiática da Rússia), de acordo com a ENS, a Sociedade Nuclear Europeia.
"Estamos muito felizes com a autorização do governo britânico", afirmou a empresa chinesa CGN.
Para outros, no entanto, a construção de Hinkley, que deve entrar em funcionamento em 2025, ainda terá que superar muitos obstáculos.
"Os sindicatos franceses não gostam do projeto, nem alguns dos prováveis candidatos à eleição presidencial francesa do próximo ano, as finanças da EDF não estão em seu melhor momento e o organismo regulador nuclear francês está examinando falhas no aço usado para um reator similar", explicou Richard Black, diretor da Energy and Climate Intelligence Unit (ECIU), um centro de análises britânico.
"Talvez a decisão não seja tão 'definitiva' como parece agora", afirmou.
Temor de que Pequim controle o interruptor
O envolvimento chinês era visto como uma ameaça à segurança britânica por alguns setores, mas, ao mesmo tempo, Londres temia irritar a segunda maior economia mundial em um momento em que busca novos sócios depois de que os britânicos votaram a favor da saída da União Europeia.
"É incompreensível que Londres tenha permitido a participação de empresas estatais chinesas que permitirão a Pequim paralisar a seu desejo a produção energética britânica", chegou a declarar no ano passado Nick Timothy, o principal assessor de Theresa May.
No anúncio desta quinta-feira, o secretário Clark garantiu que serão introduzidas uma "série de medidas para reforçar a segurança e garantir que Hinkley não pode mudar de mãos sem a aprovação do governo".
Em um comunicado separado, o governo afirma que existia uma "acordo revisado com a EDF" e que serão aprovadas novas leis para controlar a participação estrangeira em infraestruturas estratégicas.
"Os poderes legais existentes e o novo marco legal significarão que o governo pode intervir na venda da participação da EDF uma vez que Hinkley esteja operacional", completa a nota oficial.
May informou pessoalmente na quarta-feira ao presidente francês, François Hollande, sobre a aprovação do governo, indicou o governo de Paris.
Oposição popular
Os reatores devem cobrir 7% das necessidades de energia elétrica do país e ajudarão o Reino Unido a combater a mudança climática, afirmam as autoridades.
O projeto, no entanto, enfrenta uma forte oposição popular e May receberá um manifesto com 300.000 assinaturas reunidas pela organização ecologista Greenpeace.
"Os consumidores percebem que é um projeto que não pode ser construído, requer grandes subsídios e vai gerar eletricidade muito cara para seu uso", afirma em um comunicado Sue Aubrey, porta-voz da plataforma Stop Hinkley.
O temor da energia nuclear aumentou com a tragédia de a central atómica japonesa de Fukushima, en 2011.
"Os delírios nucleares do governo tentam frear a revolução da energia renovável que está acontecendo em todo o mundo", afirmou Aubrey.