Mundo

Regime sírio concentra sua ofensiva nas cidades de Latakia e Homs

Governo sírio continua com forte repressão aos opositores

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de agosto de 2011 às 15h58.

Cairo - O regime do presidente sírio, Bashar al Assad, dirigiu neste sábado sua ofensiva contra a cidade litorânea de Latakia e continuou com a repressão aos opositores na província de Homs.

Os disparos das forças de segurança provocaram a morte de pelo menos duas pessoas na província de Homs (centro), de um jovem de 17 anos no bairro Al Raml, em Latakia (noroeste), e de outro homem em Hama (centro), segundo o porta-voz dos Comitês de Coordenação Local, Omar Edelbe.

Edelbe revelou à Agência Efe que outra pessoa morreu em Daraya, na província de Rif Damasco, devido aos ferimentos de bala que tinha sofrido na véspera, quando foram registradas grandes manifestações em todo o país.

Além disso, as autoridades entregaram os corpos de quatro pessoas em Al Hula, que supostamente morreram neste sábado por consequencia de ferimentos que apresentavam. Dessas pessoas, duas estavam presas e as outras hospitalizadas.

A ofensiva contra o bairro Al Raml de Latakia, palco de grandes protestos contra o regime de Assad, começou no início da manhã com a mobilização de dezenas de tanques e veículos blindados.

Segundo Edelbe, as forças de segurança dispararam "indiscriminadamente", efetuaram uma ampla campanha de detenções e destruíram diversas lojas.

Os comitês identificaram um morto neste bairro, onde as redes de telefone e internet foram cortadas, mas o Observatório Sírio de Direitos Humanos elevou o número de vítimas para dois, enquanto calculou em 15 o número de feridos.

Em comunicado, o presidente desta organização, Rami Abdul Rahman, denunciou que o temor de que as tropas irrompessem de modo violento na cidade levou a um grande deslocamento da população, em sua maioria mulheres e crianças.


Em alguns bairros vizinhos, como Saliba, onde foram registradas manifestações em apoio aos moradores de Al Raml, foram ouvidos intensos disparos e barulhos de explosões. Além disso, mais de 70 pessoas foram detidas.

O outro ponto de tensão foi nos arredores da localidade de Ksir, também na província de Homs, alvo de uma forte repressão que recentemente deixou mais de dez vítimas.

Segundo Rahman, caminhões militares, veículos com agentes dos serviços secretos e ônibus com pistoleiros irromperam em aldeias de Homs e provocaram ao menos uma morte.

Além disso, ele informou que nesta localidade as forças de segurança lançaram uma vasta campanha de detenções arbitrárias que incluiu mulheres e crianças.

Esta operação resultou na detenção de pelo menos 13 ativistas opositores, segundo os comitês, que também informaram que as redes de comunicações continuam cortadas.

Edelbe também denunciou uma vasta campanha de detenções de opositores em Rif Damasco, Aleppo e Idleb."Nas últimas 48 horas identificamos mais de 600 detidos", revelou o ativista. Além disso, segundo os comitês, a repressão do Exército em Duma e Sermin deixou muitos feridos.

Em Duma, onde cinco pessoas morreram na sexta-feira, entre elas uma mulher e um jovem de 16 anos, várias pessoas ficaram feridas depois que as forças de segurança atacaram pessoas durante um funeral. O número de feridos em Sermin passou de dez, alguns deles em estado grave.

Nem os opositores ao regime de Assad nem o Exército parecem se dobrar diante do massacre de civis na Síria, onde, segundo os grupos opositores e de direitos humanos, mais de 2,1 mil pessoas morreram desde o início dos protestos em março.

Acompanhe tudo sobre:Oriente MédioPolítica no BrasilPrimavera árabeProtestosSíria

Mais de Mundo

Furacão Beryl: veja possível trajetória, locais que podem ser atingidos e em quais horários

Furacão Beryl deixa pelo menos sete mortos no Caribe e perde força a caminho da Jamaica

Grécia adota semana de 6 dias de trabalho por falta de mão de obra qualificada

Deputado democrata defende que Biden abandone campanha

Mais na Exame