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Regime e oposição da Síria sofrem pressão internacional

Segundo o jornal The Washignton Post, os Estados Unidos, que pedem a saída do presidente Bashar al-Assad, estudam uma ajuda direta "não letal" aos rebeldes


	Rebelde em confronto com forças sírias: nesta semana, Damasco se disse pronta, pela primeira vez, para discutir com os rebeldes armados.
 (Bulent Kilic/AFP)

Rebelde em confronto com forças sírias: nesta semana, Damasco se disse pronta, pela primeira vez, para discutir com os rebeldes armados. (Bulent Kilic/AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de fevereiro de 2013 às 14h36.

Damasco - O regime sírio e a oposição foram submetidos a intensas pressões da comunidade internacional nesta quarta-feira pelo início das negociações para colocar um fim à crise no país, às vésperas da reunião dos Amigos do Povo Sírio, em Roma.

O novo secretário de Estado americano, John Kerry, que realizava em Paris parte de seu giro pela Europa para tentar resolver o impasse que já dura dois anos, declarou que os Estados Unidos e a França examinam "os meios para acelerar a transição política".

Esta questão será discutida na quinta-feira em Roma, explicou Kerry à imprensa, depois de uma reunião com o presidente François Hollande e com seu homólogo francês Laurent Fabius, considerando que a Síria precisa "de muita ajuda".

Segundo o jornal The Washignton Post, os Estados Unidos, que pedem a saída do presidente Bashar al-Assad, estudam uma mudança importante de sua estratégia e poderiam dar uma ajuda direta "não letal" aos rebeldes, como coletes à prova de balas, carros blindados e até mesmo um treinamento militar.

Até o momento, Washington fala em uma ajuda "não letal" aos insurgentes, temendo que as armas fornecidas caiam nas mãos de grupos extremistas.

Na terça-feira, Kerry se encontrou em Berlim com seu colega russo, Serguei Lavrov, cujo país mantém laços estreitos com o regime sírio e o ajuda com armas.

Nesta semana, a Rússia pressionou a oposição e o regime sírios para que seja iniciado um diálogo para colocar fim à guerra que já matou, segundo a ONU, mais de 70.000 pessoas em quase dois anos, e Lavrov disse "contar" com a oposição "para se declarar também a favor do diálogo", nesta quinta-feira em Roma.


Nesta semana, Damasco se disse pronta, pela primeira vez, para discutir com os rebeldes armados, mas a oposição política sustenta que, para o início de qualquer diálogo, o presidente Assad deve deixar o poder.

Para denunciar o "silêncio internacional sobre os crimes" do regime de Assad, a Coalizão da oposição síria havia anunciado seu boicote à reunião de Roma, antes de rever sua decisão após as promessas internacionais de "ajudas pacíficas" ao povo sírio.

"A oposição tem o sentimento de que nós colocamos muita pressão sem oferecer claramente um mapa para o próximo mês (...). Ela se sente abandonada", afirmou Karim Emile Bitar, diretor de pesquisa no Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas.

Em Roma, os americanos querem "levantar o moral da oposição, incentivá-la a continuar a luta (...) já que eles estão conscientes de que as negociações com os russos poderiam levar muitos meses", acrescentou este especialista.

Em Damasco, as autoridades decidiram renovar os passaportes dos sírios que vivem em outros países, o que parece uma concessão à oposição, já que muitos destes expatriados são opositores, e esta medida figuraria entre as condições impostas pelo chefe da oposição para começar um diálogo com Damasco.

Esperando este eventual diálogo, a oposição deve eleger neste fim de semana em Istambul o chefe do primeiro governo para administrar os grandes territórios que não estão sob controle do regime, no norte e no leste do país.


Muitos nomes circulam: Burham Ghalioun, opositor de longa data e ex-chefe do Conselho Nacional Sírio (CNS), núcleo duro da Coalizão, o economista Oussama Kadi ou o ex-primeiro-ministro Riad Hijab, que renunciou em agosto de 2012.

No local, a região de Damasco foi alvo de novos combates nesta quarta-feira, especialmente em Daraya, reduto rebelde no sul da capital, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), no Reino Unido, tendo como base uma rede de militantes e fontes médicas.

Há alguns meses o exército bombardeia violentamente as periferias de Damasco, que constituem a base da rebelião, visando afastar os insurgentes que se aproximam da capital.

Na terça-feira, a violência deixou pelo menos 134 mortos em todo o país, sendo 52 civis,segundo o OSDH.

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