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Refugiados na Alemanha sofrem de stress pós-traumático

Guerra e o caminho rumo a Europa provocaram em metade dos refugiados doenças mentais e, em muitos casos, pessoas com depressão e síndrome pós-traumática

Refugiada com criança no colo: "70% foi testemunha de atos de violência contra outros e mais da metade foi vítima da violência. Mais de 40% foi torturada" (REUTERS/Leonhard Foeger)
DR

Da Redação

Publicado em 16 de setembro de 2015 às 08h28.

Berlim - Metade dos refugiados que chegam à Alemanha , segundo estimativas do Colégio Federal de Psicoterapeutas (BPtK), sofre da síndrome de stress pós-traumático e uma porcentagem semelhante têm depressão.

Os números, segundo o presidente do BPtK, Dietrich Munz, não surpreendem se forem levada em conta as experiências que os refugiados viveram em seus países de origem, às que se somam em muitos casos outros eventos dramáticos em seu caminho rumo a Europa.

"70% foi testemunha de atos de violência contra outros e mais da metade foi vítima da violência. Mais de 40% foi torturada", disse hoje Munz em entrevista coletiva em Berlim para divulgar um relatório elaborado a partir de diversos estudos realizados sobre o passado dos solicitantes de asilo que chegaram ao país.

Entre as crianças, cerca de 40% presenciaram ataques físicos a outras pessoas e 26% viram membros de sua própria família serem atacados ou um de seus pais voltarem desfigurados para casa.

Isso provocou em metade dos refugiados doenças mentais e em muitos casos pessoas com depressão e síndrome pós-traumática.

A síndrome do stress pós-traumático, explicou, costumam se manifestar com o retorno involuntário e descontrolado das experiências vividas.

Em muitos casos, há pesadelos recorrentes e lembranças de cenas específicas, com "uma intensidade tão grande que é como se voltassem a viver essas situações, o que pode causar taquicardia, problemas respiratórios, enjôos e pânico".

No cotidiano, acrescentou, surgem sintomas típicos, como problemas para dormir e para se concentrar, nervosismo exagerado, falta de empatia e, segundo Munz, alguns doentes "parecem em estado de transe, estão ausentes e não são acessíveis à comunicação".

A todo isso se acrescenta uma propensão ao suicídio relativamente alta: 40% dos adultos traumatizados e um terço das crianças pensaram em se matar.

Por tudo isso, especialistas consideram "incompreensível" os refugiados na Alemanha não terem uma atenção psicoterapêutica adequada.

Só 4% dos refugiados com doenças psiquícas recebem tratamento e em muitos casos o único recurso utilizado são medicamentos, sem o acompanhamento necessário.

Munz defendeu também a melhoria da formação específica dos tradutores, para que possam explicar determinados contextos culturais além de mediarem o contato entre paciente e psicoterapeuta.

Segundo as últimas estimativas do governo alemão, o país pode receber este ano mais de 800 mil solicitações de asilo.

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Os números, segundo o presidente do BPtK, Dietrich Munz, não surpreendem se forem levada em conta as experiências que os refugiados viveram em seus países de origem, às que se somam em muitos casos outros eventos dramáticos em seu caminho rumo a Europa.

"70% foi testemunha de atos de violência contra outros e mais da metade foi vítima da violência. Mais de 40% foi torturada", disse hoje Munz em entrevista coletiva em Berlim para divulgar um relatório elaborado a partir de diversos estudos realizados sobre o passado dos solicitantes de asilo que chegaram ao país.

Entre as crianças, cerca de 40% presenciaram ataques físicos a outras pessoas e 26% viram membros de sua própria família serem atacados ou um de seus pais voltarem desfigurados para casa.

Isso provocou em metade dos refugiados doenças mentais e em muitos casos pessoas com depressão e síndrome pós-traumática.

A síndrome do stress pós-traumático, explicou, costumam se manifestar com o retorno involuntário e descontrolado das experiências vividas.

Em muitos casos, há pesadelos recorrentes e lembranças de cenas específicas, com "uma intensidade tão grande que é como se voltassem a viver essas situações, o que pode causar taquicardia, problemas respiratórios, enjôos e pânico".

No cotidiano, acrescentou, surgem sintomas típicos, como problemas para dormir e para se concentrar, nervosismo exagerado, falta de empatia e, segundo Munz, alguns doentes "parecem em estado de transe, estão ausentes e não são acessíveis à comunicação".

A todo isso se acrescenta uma propensão ao suicídio relativamente alta: 40% dos adultos traumatizados e um terço das crianças pensaram em se matar.

Por tudo isso, especialistas consideram "incompreensível" os refugiados na Alemanha não terem uma atenção psicoterapêutica adequada.

Só 4% dos refugiados com doenças psiquícas recebem tratamento e em muitos casos o único recurso utilizado são medicamentos, sem o acompanhamento necessário.

Munz defendeu também a melhoria da formação específica dos tradutores, para que possam explicar determinados contextos culturais além de mediarem o contato entre paciente e psicoterapeuta.

Segundo as últimas estimativas do governo alemão, o país pode receber este ano mais de 800 mil solicitações de asilo.

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