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Rebelião em penitenciária da Venezuela deixa 11 mortos e 28 feridos

Esta rebelião acontece depois que, em 28 de março passado, 68 presos morreram em um incêndio em instalações policiais na cidade de Valencia

Prisão: incidente foi registrado na Comunidade Penitenciária Fénix, depois que um grupo de detentos tomou a arma de um guarda (txking/Thinkstock)

Prisão: incidente foi registrado na Comunidade Penitenciária Fénix, depois que um grupo de detentos tomou a arma de um guarda (txking/Thinkstock)

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AFP

Publicado em 18 de maio de 2018 às 18h51.

Uma rebelião em uma penitenciária na cidade venezuelana de Iribarren, oeste do país, deixou pelo menos 11 mortos e 28 feridos - informou nesta sexta-feira (18) a ONG Uma Janela para a Liberdade, que defende os direitos dos presos.

"Aconteceu uma rebelião e 11 pessoas morreram, incluindo dois guardas e nove detentos", e 28 ficaram feridas, disse o coordenador da ONG, Carlos Nieto, à AFP.

O incidente foi registrado na Comunidade Penitenciária Fénix, depois que um grupo de detentos tomou a arma de um guarda e houve uma troca de tiros de quase 20 minutos, detalhou a ONG em um comunicado que cita familiares das vítimas.

Cerca de 100 familiares de detidos estavam nesta sexta do lado de fora da penitenciária solicitando informações sobre o ocorrido, constatou a AFP.

No necrotério da cidade de Barquisimeto, a 13 quilômetros da prisão, outras pessoas identificavam os mortos, vários deles com marcas de disparos e facadas.

"Suas condições são terríveis (...) muitas feridas, facadas, disparos. Graças a Deus meu irmão não está" entre as vítimas, relatou à imprensa o parente de um detido, sob anonimato.

Saga de morte

Esta rebelião acontece depois que, em 28 de março passado, 68 presos morreram em um incêndio em instalações policiais na cidade de Valencia (norte).

Os próprios detentos teriam ateado fogo dentro das celas para forçar os agentes a abri-las e, assim, poderem fugir.

Nieto assegurou que, nesta sexta-feira, a penitenciária de Iribarren já estava sob o controle das autoridades.

Segundo a ONG, os réus se rebelaram ao não receberem benefícios processuais, durante um dia no qual as autoridades ministeriais avaliavam atrasos em seus casos.

"Tentaram pegar como reféns vários guardas e, inclusive, a diretora da penitenciária", indicou a Uma Janela para a Liberdade.

Na Comunidade Penitenciária Fénix está recluso o deputado opositor Gilbert Caro, detido em 11 de janeiro de 2017 por supostamente planejar "ações terroristas".

Ramón Carmona, advogado de Caro, declarou à AFP que não sabe nada sobre "a integridade física do deputado", com quem, disse, se reuniu há 15 dias e o viu "muito deteriorado", pesando oito quilos a menos.

"Existe uma ordem de 10 de abril para transferi-lo à prisão militar de Ramo Verde - nos arredores de Caracas -, mas não sabemos o motivo pelo qual não foi feito", acrescentou.

Contudo, Nieto descartou que tenha acontecido algo com Caro durante a rebelião, pois está "isolado" dos outros presos.

Desde 2011, cerca de 400 pessoas morreram violentamente nas penitenciárias venezuelanas, consideradas entre as mais perigosas da região, segundo cifras oficiais e da ONG de direitos humanos.

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