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Rebeldes sírios suspendem participação em negociações de paz

Governo da Síria e os rebeldes haviam começado a falar de um projeto proposto por Moscou sobre "zonas de desescalada" em todo o país

Negociações de Astana discutem principalmente os assuntos relacionados à segurança na Síria (Insight Mideast-Crisis/Syria-Aleppo-Fall Sana/Handout/Reuters)
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AFP

Publicado em 3 de maio de 2017 às 09h11.

Os rebeldes sírios anunciaram nesta quarta-feira que suspendiam sua participação nas negociações de paz com o regime de Damasco, patrocinadas pela Rússia e iniciadas horas antes no Cazaquistão, até que cessem os bombardeios em seu país.

"A delegação rebelde suspende suas reuniões devido aos violentos bombardeios aéreos contra civis. A suspensão será mantida até que estes bombardeios parem em toda a Síria", disse uma fonte rebelde em Astana, capital do Cazaquistão, que abriga as negociações.

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Este anúncio foi feito no início das negociações em Astana sob a égide dos "padrinhos" russo e iraniano do regime de Bashar Al-Assad e do "padrinho" turco dos rebeldes, e na presença do enviado da ONU para a Síria, Staffan de Mistura.

O regime e os rebeldes haviam começado a falar de um projeto proposto por Moscou sobre "zonas de desescalada" em todo o país, segundo fontes próximas à oposição consultadas pela AFP.

O documento, do qual a AFP obteve uma versão em árabe, pedia a criação de "zonas de desescalada" nos territórios rebeldes de Idlib (noroeste), na província central de Homs, no enclave rebelde da Ghuta (na periferia leste de Damasco) e na parte meridional do país.

Estas zonas têm por objetivo "colocar fim imediatamente à violência" e "fornecer condições para um retorno seguro e voluntário dos refugiados".

As negociações de Astana discutem principalmente os assuntos relacionados à segurança na Síria, enquanto as negociações mais políticas sobre o futuro deste país em guerra são realizadas em Genebra, e até agora não deram resultados.

"Segurança e desescalada"

De acordo com a proposta russa, seriam criadas "zonas de segurança" em torno das "zonas de desescalada". Seriam constituídas por postos de controle e centros de vigilância controlados em conjunto pelo exército sírio e pelos rebeldes.

Além disso, unidades militares de "observadores" de países não especificados também seriam mobilizadas.

O documento estipula Turquia, Irã e Rússia como os fiadores do acordo.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seu colega russo, Vladimir Putin, já discutiram na terça-feira a possibilidade de criar zonas de segurança na Síria, durante uma "excelente conversa" por telefone, segundo a Casa Branca.

Esta rodada de negociações entre os rebeldes e o regime em Astana era a quarta realizada. As três reuniões anteriores terminaram sem nenhum avanço.

As reuniões anteriores em Astana se concentraram em reforçar uma frágil trégua, decretada em dezembro entre as forças do regime sírio e os grupos rebeldes, mas frequentemente violada.

O conflito sírio deixou mais de 320.000 mortos e milhões de deslocados desde o seu início, em 2011, e a presença estrangeira é decisiva no rumo da guerra.

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