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Rebeldes sírios registram vitórias sobre o regime de Damasco

As derrotas colocaram em evidência os limites do exército sírio nas regiões onde não conta com o apoio do Hezbollah libanês (pró-Irã)

Soldados jordanianos guardam posto de fronteira: a ajuda aos rebeldes da Arábia Saudita, Catar, Jordânia e Turquia, que são apoiados pelos Estados Unidos e buscam deter o regime, agora é maior e mais eficaz (AFP/ Khalil Mazraawi)
DR

Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2015 às 12h47.

Beirute - O regime do presidente Bashar al-Assad sofreu várias derrotas militares com a perda do último posto fronteiriço com a Jordânia para os rebeldes, que poucos dias antes também conquistaram a cidade de Idleb.

Após mais de um ano de vitórias sucessivas diante dos rebeldes que tentam derrubá-lo desde 2011, estas derrotas colocaram em evidência os limites do exército de Damasco nas regiões onde não conta com o apoio do Hezbollah libanês (pró-Irã), segundo os especialistas.

Estes últimos consideram, além disso, que as potências regionais que sustentavam o regime sírio decidiram conter a expansão do Irã na Síria , e para isso estão fornecendo mais armas aos rebeldes.

No noroeste da Síria, a tomada da grande cidade de Idlib no dia 28 de março por rebeldes do braço sírio da Al-Qaeda significou uma dura derrota para Damasco, já que esta foi a segunda capital de província que perdeu desde o início da guerra.

Idleb caiu após vários dias de combates "graças ao grande número de insurgentes e, sobretudo, à quantidade de armas em seu poder, provenientes da Turquia", país fronteiriço hostil ao regime de Assad, explicou à AFP Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

No sul, na província de Deraa, berço da revolta em 2011, o regime perdeu consecutivamente a cidade antiga de Bosra al-Sham e o último posto fronteiriço com a Jordânia sob seu controle, eliminando sua presença na fronteira.

Exército cada vez mais dependente

Para Noah Bonsey, analista do International Crisis Group, estas derrotas são explicadas pelo fato de que o exército, que combate por todo o país, "tem cada vez menos efetivos, o que complica o avanço fora de seus redutos", como as províncias centrais de Damasco e Homs.

Mas, sobretudo, "o regime depende cada vez mais do Hezbollah e das milícias xiitas estrangeiras" provenientes do Iraque ou do Afeganistão, disse, acrescentando que "em zonas como Idleb, o Hezbollah não tem nenhuma intenção de entrar".

Para Abdel Rahman, a conjuntura na região é desfavorável ao regime. No Iêmen, Riad coordena uma campanha aérea contra os rebeldes xiitas huthis apoiados pelo Irã.

"Arábia Saudita, Catar, Jordânia e Turquia tomaram a decisão de deter o avanço do regime", considera.

Na Síria, onde há um ano as derrotas dos rebeldes foram interpretadas como uma perda de influência de Riad no país, "estas potências regionais querem retomar a iniciativa", estima o diretor do OSDH. "Querem deter o avanço do Irã na Síria e no Iêmen", acrescenta.

Rahman afirma que nos últimos tempos Turquia e Jordânia deixaram passar muito armamento através de suas fronteiras para reforçar os rebeldes, mal equipados para lutar contra um exército dotado de armamentos muito superiores, como aviões de combate.

A ajuda aos rebeldes destes países árabes, apoiados pelos Estados Unidos, agora é "maior e mais eficaz", ressaltou Noah Bonsey.

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Beirute - O regime do presidente Bashar al-Assad sofreu várias derrotas militares com a perda do último posto fronteiriço com a Jordânia para os rebeldes, que poucos dias antes também conquistaram a cidade de Idleb.

Após mais de um ano de vitórias sucessivas diante dos rebeldes que tentam derrubá-lo desde 2011, estas derrotas colocaram em evidência os limites do exército de Damasco nas regiões onde não conta com o apoio do Hezbollah libanês (pró-Irã), segundo os especialistas.

Estes últimos consideram, além disso, que as potências regionais que sustentavam o regime sírio decidiram conter a expansão do Irã na Síria , e para isso estão fornecendo mais armas aos rebeldes.

No noroeste da Síria, a tomada da grande cidade de Idlib no dia 28 de março por rebeldes do braço sírio da Al-Qaeda significou uma dura derrota para Damasco, já que esta foi a segunda capital de província que perdeu desde o início da guerra.

Idleb caiu após vários dias de combates "graças ao grande número de insurgentes e, sobretudo, à quantidade de armas em seu poder, provenientes da Turquia", país fronteiriço hostil ao regime de Assad, explicou à AFP Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

No sul, na província de Deraa, berço da revolta em 2011, o regime perdeu consecutivamente a cidade antiga de Bosra al-Sham e o último posto fronteiriço com a Jordânia sob seu controle, eliminando sua presença na fronteira.

Exército cada vez mais dependente

Para Noah Bonsey, analista do International Crisis Group, estas derrotas são explicadas pelo fato de que o exército, que combate por todo o país, "tem cada vez menos efetivos, o que complica o avanço fora de seus redutos", como as províncias centrais de Damasco e Homs.

Mas, sobretudo, "o regime depende cada vez mais do Hezbollah e das milícias xiitas estrangeiras" provenientes do Iraque ou do Afeganistão, disse, acrescentando que "em zonas como Idleb, o Hezbollah não tem nenhuma intenção de entrar".

Para Abdel Rahman, a conjuntura na região é desfavorável ao regime. No Iêmen, Riad coordena uma campanha aérea contra os rebeldes xiitas huthis apoiados pelo Irã.

"Arábia Saudita, Catar, Jordânia e Turquia tomaram a decisão de deter o avanço do regime", considera.

Na Síria, onde há um ano as derrotas dos rebeldes foram interpretadas como uma perda de influência de Riad no país, "estas potências regionais querem retomar a iniciativa", estima o diretor do OSDH. "Querem deter o avanço do Irã na Síria e no Iêmen", acrescenta.

Rahman afirma que nos últimos tempos Turquia e Jordânia deixaram passar muito armamento através de suas fronteiras para reforçar os rebeldes, mal equipados para lutar contra um exército dotado de armamentos muito superiores, como aviões de combate.

A ajuda aos rebeldes destes países árabes, apoiados pelos Estados Unidos, agora é "maior e mais eficaz", ressaltou Noah Bonsey.

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