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Rebeldes sírios exigem armas sofisticadas em cúpula árabe

Coalizão opositora síria pediu ajuda aos líderes árabes para que a comunidade internacional entregue armas sofisticadas aos rebeldes

O líder da oposição síria Ahmed Jarba: segundo fontes da oposição síria, os Estados Unidos estão bloqueando o fornecimento de armas (John Thys/AFP)

O líder da oposição síria Ahmed Jarba: segundo fontes da oposição síria, os Estados Unidos estão bloqueando o fornecimento de armas (John Thys/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de março de 2014 às 14h26.

Cidade do Kuwait - A coalizão opositora síria pediu ajuda nesta terça-feira aos líderes árabes para que a comunidade internacional entregue armas sofisticadas aos rebeldes, incapazes de inclinar para seu lado a disputa, e recebeu o apoio da Arábia Saudita.

Dirigindo-se à cúpula da Liga Árabe que é realizada no Kuwait, Ahmed Jarba, líder da Coalizão Nacional opositora, pediu aos líderes regionais "que pressionem a comunidade internacional para que cumpra sua promessa de entregar armas sofisticadas aos nossos revolucionários".

Pouco antes, o príncipe herdeiro da Arábia Saudita acusou a comunidade internacional de ter traído a rebelião síria, carente de armas suficientes para se impor em sua guerra contra o regime do presidente Bashar al-Assad.

"A resistência síria legítima foi traída pela comunidade internacional, que a converteu em uma presa fácil nas mãos de forças perversas", declarou o príncipe Salman Ben Abdel Aziz na abertura da cúpula anual da Liga Árabe.

O príncipe saudita, cujo país é um dos principais padrinhos da rebelião síria, se referia às promessas descumpridas de armar a insurgência para que combata melhor as tropas do regime de Damasco, apoiado, por sua vez, por Rússia, Irã e pelo Hezbollah libanês.

"Para sair do bloqueio na Síria, é preciso favorecer uma mudança no equilíbrio de forças em terra, facilitando o apoio que a oposição, representante legítima do povo sírio, merece", declarou o príncipe saudita.

Já o mediador da ONU e da Liga Árabe para a Síria, o argelino Lakhdar Brahimi, insistiu na necessidade de uma solução política e pediu "o fim da entrega de armas a todas as partes".

Segundo fontes da oposição síria, os Estados Unidos estão bloqueando o fornecimento de armas antiaéreas e antitanque à oposição por parte de seus aliados. Washington teme que estas armas caiam nas mãos de extremistas.

A aviação está sendo um dos pontos fortes do exército regular, que alcançou avanços significativos nas últimas semanas.

O conflito na Síria, que em meados de março entrou em seu quarto ano, deixou até o momento mais de 140.000 mortos, segundo uma ONG opositora, além de milhões de deslocados.


Luta pelo assento na Liga Árabe

Jarba também pediu aos chefes de Estado árabes que entreguem à oposição síria o assento de Damasco na Liga Árabe.

Ele ficou vago quando a Liga suspendeu o regime em 2011, por sua repressão sangrenta dos protestos. No ano passado, o organismo atribuiu o assento à oposição, mas não o entregou de maneira efetiva porque ela ainda não cumpriu todas as exigências legais, segundo o secretário-geral, Nabil al-Arabi.

"O fato de manter vago o assento da Síria na Liga Árabe é uma mensagem ao regime de Assad, que o encoraja a seguir matando os sírios", disse Jarba com um tom crítico.

Neste ponto, Jarba também recebeu o apoio do príncipe saudita, que se mostrou surpreso de que a coalizão opositora não tenha podido ocupar o assento da Síria na cúpula árabe do Kuwait.

"É preciso solucionar esta situação (...) para enviar uma mensagem forte à comunidade internacional, e que mude de atitude em relação à crise síria", acrescentou.

Ahmed Jarba pediu igualmente que as embaixadas sírias nos países árabes sejam entregues à oposição.

O mediador Brahimi pediu à Europa, aos Estados Unidos e à ONU que reativem as negociações de Genebra, que em fevereiro reuniram representantes do governo sírio e da oposição, sem alcançar nenhum avanço.

O diplomata reconheceu, no entanto, na segunda-feira que até o momento não se planeja fixar uma data para uma nova rodada de negociações entre o governo e a oposição.

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