Mundo

Rebeldes sírios congelam discussões sobre acordo de paz

Os rebeldes dizem ter "respeitado o cessar-fogo no conjunto do território sírio (...) mas o governo e seus aliados não pararam de abrir fogo"

Síria: "As violações prosseguem. As facções rebeldes anunciam (...) o congelamento de todas as negociações de Astana" (Abdalrhman Ismail/Reuters)

Síria: "As violações prosseguem. As facções rebeldes anunciam (...) o congelamento de todas as negociações de Astana" (Abdalrhman Ismail/Reuters)

A

AFP

Publicado em 2 de janeiro de 2017 às 21h14.

Ao menos dez grupos rebeldes sírios anunciaram nesta segunda-feira (2) a suspensão das discussões de paz previstas para Astana, após as "violações" por parte do governo da trégua em vigor há quatro dias.

"As violações prosseguem. As facções rebeldes anunciam (...) o congelamento de todas as negociações de Astana", informa um comunicado, em referência às conversas de paz previstas para acontecer no Cazaquistão, no fim de janeiro, com o apoio de Rússia e Turquia.

Os rebeldes dizem ter "respeitado o cessar-fogo no conjunto do território sírio (...) mas o governo e seus aliados não pararam de abrir fogo e cometeram importantes e frequentes violações, sobretudo, nas regiões (rebeldes) de Wadi Barada e na Ghuta Oriental".

Tanto Wadi Barada quanto Ghuta Oriental ficam na província de Damasco.

"A despeito dos repetidos pedidos feitos ao principal fiador do governo (a Rússia), essas violações continuam ameaçando a vida de centenas de milhares de pessoas", denunciou o comunicado.

Há duas semanas, antes da instauração da trégua mediada por Ancara e por Moscou às vésperas das discussões em Astana, a Força Aérea síria bombardeia quase que diariamente a localidade de Wadi Barada, a 15 km de Damasco.

O governo de Bashar al-Assad tenta retomar o controle dessa região, onde estão as principais fontes de abastecimento de água potável para os quatro milhões de habitantes da capital e seus arredores.

Hoje, o Exército e o Hezbollah libanês avançaram até os arredores de Ain al-Fije, uma das principais fontes desse recurso, de acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

"Qualquer (avanço) no terreno vai de encontro ao acordo (de trégua) e, se as coisas não voltarem ao que era antes, o acordo será considerado nulo e sem efeito", advertiram os rebeldes.

Entre os signatários do comunicado, estão os grupos rebeldes islâmicos Kaich al-islam e Faylaq al-Rahmane, influentes em Damasco, assim como o grupo Sultan Murad, que conta com o apoio da Turquia, e o Kaich al-Ezza, ativo na província de Hama (centro).

O cessar das hostilidades estava em vigor desde a meia-noite da última quinta-feira (29).

Acompanhe tudo sobre:GuerrasSíria

Mais de Mundo

Conheça os cinco empregos com as maiores taxas de acidentes fatais nos EUA

Refugiados sírios tentam voltar para casa, mas ONU alerta para retorno em larga escala

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal

Milei insiste em flexibilizar Mercosul para permitir acordos comerciais com outros países