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Rebeldes sírios apoiam intervenção da Turquia após bombas

As tropas turcas bombardearam áreas fronteiriças da província síria de Al Raqa, no norte do país

Rebeldes entrincheirados em mercado histórico da Síria: após os bombardeios ocorreram enfrentamentos entre as forças governamentais e os rebeldes sírios (Miguel Medina/AFP)
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Da Redação

Publicado em 4 de outubro de 2012 às 18h29.

Cairo - Depois que o exército turco bombardeou posições militares em território sírio nas últimas horas, os opositores ao regime de Bashar al Assad expressaram nesta quinta-feira sua disposição de colaborar com a Turquia caso o país decida por uma intervenção militar na Síria .

Em represália pelo ataque que partiu ontem da Síria e que deixou cinco mortos e 13 feridos na cidade turca de Akçakale, as tropas turcas bombardearam áreas fronteiriças da província síria de Al Raqa, no norte do país.

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Após os bombardeiros, o "número dois" do Exército Livre da Síria (ELS), Malek Kurdi, disse à Agência Efe por telefone que seus homens ajudariam o exército turco caso ocorra uma operação com o aval da comunidade internacional.

"Esperamos que qualquer intervenção seja coordenada conosco e acho que assim será", destacou Kurdi, que se encontra no sul da Turquia.

Quanto à decisão do Parlamento turco de autorizar o governo a enviar tropas à Síria durante o prazo de um ano, o líder rebelde afirmou que isto não representa um anúncio de guerra.

Kurdi disse que a Turquia tem que adotar qualquer resolução em colaboração com a comunidade internacional, por meio do Conselho de Segurança da ONU ou da Otan.

A Otan demonstrou ontem seu apoio à Turquia e exigiu de Damasco o fim das "flagrantes" violações do direito internacional.

Por outro lado, Ancara esclareceu que a decisão do Parlamento não se trata de "uma moção em favor da guerra", mas uma medida que "tem uma função dissuasiva".


O próprio governo turco reconheceu ter recebido desculpas de Damasco: "eles reconheceram e prometeram que isso não voltará a acontecer", declarou o vice-primeiro-ministro turco, Besir Atalay.

Com o aumento da presença militar na fronteira, o governo sírio enviou mensagens, de forma indireta, para tentar diminuir a tensão diante de um eventual conflito bélico com a Turquia.

Pouco depois das ações da Turquia, o ministro de Informação sírio, Omran Zubi, afirmou em entrevista ao canal estatal que seu governo está investigando as circunstâncias do ataque a Akçakale, e ofereceu suas condolências aos familiares das vítimas e ao povo turco.

Os bombardeios iniciados ontem à noite pelo exército turco, que duraram até o amanhecer, afetaram um posto de controle fronteiriço.

Kurdi explicou que vários projéteis atingiram o posto do Regimento 93 do Exército sírio, próximo à cidade de Tel Abiad, na província de Al Raqa, presumidamente o local de onde partiu o ataque contra o território turco.

O subcomandante do ELS afirmou que vários soldados sírios ficaram feridos nestes bombardeios, que também causaram a destruição de dois dos oito tanques que estavam estacionados no posto de controle.

Já o grupo de oposição Observatório Sírio de Direitos Humanos informou que vários militares sírios morreram, embora as autoridades sírias ainda não tenham confirmado o fato.

Segundo um ativista citado pelo Observatório, após os bombardeios ocorreram enfrentamentos entre as forças governamentais e os rebeldes sírios.


O observatório também afirmou que foi visto um reforço da atividade militar turca perto da fronteira.

Enquanto a situação é cada vez mais incerta, a violência persiste na Síria. Segundo os grupos opositores, morreram hoje no país mais de oitenta pessoas, a maioria nos bombardeios contra a região metropolitana de Damasco e em Aleppo.

Nos arredores da capital, na cidade de Qudsaya, pelo menos 20 soldados das forças governamentais sírias morreram em choques com os rebeldes.

O ativista opositor Omar Hamza disse à Efe pela internet que existiam "shabiha" (milicianos pró-governo) entre os falecidos, enquanto o Observatório informou que se tratavam de membros da Guarda Republicana.

Além disso, o Observatório informou que em Aleppo 12 combatentes rebeldes morreram em confrontos com as tropas governamentais.

A agência de notícias oficial "Sana" anunciou que nessa mesma cidade o exército lançou uma ampla operação militar para restaurar a segurança e "evitar que a população sofra na mão dos terroristas".

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