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Rebeldes querem usar freiras sequestradas como escudos

Os rebeldes sírios querem usar as religiosas sequestradas em seu convento em Maalula, norte de Damasco, como escudos humanos, acusa jornal

Rebelde se posiciona durante um confronto com forças do governo na Síria: "terroristas irão usá-las como escudos humanos", acusou jornal (Ahmad Aboud/AFP)

Rebelde se posiciona durante um confronto com forças do governo na Síria: "terroristas irão usá-las como escudos humanos", acusou jornal (Ahmad Aboud/AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de dezembro de 2013 às 12h31.

Damasco - Os rebeldes sírios querem usar as religiosas "sequestradas" em seu convento em Maalula, norte de Damasco, como "escudos humanos", acusou nesta quarta-feira o jornal sírio Al-Watan.

"As forças do exército sírio começaram a chegar na região de Maalula para restaurar a segurança, porque centenas de rebeldes semearam o caos na cidade, penetrando através das montanhas e sequestrando 12 freiras sírias e libanesas para leva-las a Yabroud", uma cidade a nordeste de Maalula, indicou o jornal próximo ao poder.

"Os terroristas irão usá-las como escudos humanos", acusou.

Yabroud é o próximo objetivo do exército sírio, que com a ajuda do poderoso movimento libanês Hezbollah e combatentes xiitas iraquianos, lidera uma ofensiva para retomar o controle da área estratégica de Qalamoun, ao norte de Damasco, perto da fronteira com o Líbano.

De acordo com a madre superiora do Convento de Saydnaya, Fibronia Nabhane, que conseguiu falar ao telefone com a madre superiora de Maalula, Pelagia Sayyaf, segunda-feira à noite as religiosas "forsam levadas a uma casa em Yabroud e ninguém as incomoda".

Segundo o núncio apostólico na Síria, o bispo Mario Zenari, as irmãs foram obrigadas por um grupo armado a deixar o mosteiro e seguir pela estrada até Yabroud. O representante do Vaticano não sabia dizer que elas haviam sido sequestradas.

A França expressou sua preocupação quanto as últimas informações "indicando um rapto ou uma saída forçada" das religiosas.


Além disso, "as forças do governo bombardearam durante toda a madrugada desta quarta-feira zonas na cidade de Yabroud, ferindo várias pessoas", indicou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

"Um oficial do exército sírio foi morto em combates com a Frente Al-Nosra (filiada à Al Qaeda) e batalhões islâmicos no perímetro da cidade de Maaloula", acrescentou o OSDH.

O papa Francisco orou nesta quarta-feira pelas 12 freiras ortodoxas que foram obrigadas a abandonar seu convento e por toda as pessoas sequestradas nesse país.

Após a audiência geral na Praça de São Pedro, o papa falou das freiras do convento greco-ortodoxo de Santa Tecla em Maalula, levadas a força por homens armados.

"Rezamos por estas freiras e por todas as pessoas sequestradas devido ao conflito. Continuamos rezando e trabalhando juntos pela paz", afirmou, rezando em seguida uma Ave Maria em latim.

Os rebeldes sírios, incluindo jihadistas da Frente Al-Nosra tomaram na segunda-feira a cidade cristã de Maalula, segundo a OSDH.

Eles já haviam assumido o controle da cidade em 9 de setembro, antes de o exército sírio expulsá-los três dias depois. Desde então, as trocas de tiros são diárias.

Maaloula, localizada 55 km ao norte de Damasco, possui um grande número de igrejas.

É famosa por seus abrigos rupestres que datam dos primeiros séculos do cristianismo. A maioria de seus habitantes cristãos são gregos-católicos que falam aramaico, a língua de Cristo.

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