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Rebeldes líbios buscam ajuda para exportar mais petróleo

Compradores europeus, como a Itália, que era a maior consumidora da commodity, têm receio de violar sanções impostas ao país

Rebeldes do leste da Líbia continuam a combater forças de Kadafi. Petróleo poderia sustentá-los economicamente (Chris Hondros/Getty Images)

Rebeldes do leste da Líbia continuam a combater forças de Kadafi. Petróleo poderia sustentá-los economicamente (Chris Hondros/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de abril de 2011 às 10h12.

Doha - Os rebeldes que tentam depor o líder líbio Muammar Kadafi querem ampliar suas exportações de petróleo para garantir alimentos e outras formas de ajuda humanitária, disse um porta-voz do Conselho Nacional Líbio nesta quarta-feira, mas compradores europeus têm receio de violar sanções internacionais.

Os insurgentes controlam campos que atualmente produzem 100 mil barris por dia de petróleo, afirmou Mahmud Awad Shammam a repórteres, mas só exportam o que classificou como uma quantidade "mínima".

A Itália era a maior consumidora de petróleo da Líbia antes do conflito. O país não vai retomar as importações e trabalha duramente em um modo de fornecer aos rebeldes sem dinheiro combustível e outros produtos, sem violar as sanções, disse uma autoridade.

"Elas (importações de petróleo bruto) não têm sido consideradas ainda, temos que encontrar mecanismos concretos para trabalhar nesse congelamento de bens", disse a repórteres o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Maurizio Massari.

A Líbia tem sido alvo de sanções de EUA, União Europeia e ONU desde março. Embora os rebeldes tenham sido oficialmente excluídos delas, as empresas petrolíferas ocidentais continuam reticentes a comprar seu petróleo.

O Catar, membro da Opep (Organização de Países Exportadores de Petróleo) que se ofereceu para ajudar os rebeldes a comercializar seu petróleo cru, disse na terça-feira ter facilitado a venda de um milhão de barris de petróleo, além de providenciar o embarque de pelo menos quatro carregamentos de gasolina, diesel e outros combustíveis para o encrave rebelde de Benghazi.

"Há uma fórmula, mas não estamos recebendo nenhum dinheiro (pelo petróleo). Ao invés disso estamos recebendo ajuda," disse Shamman, acrescentando que os insurgentes ainda sofrem com a falta de gasolina.

As exportações de petróleo líbias estão virtualmente paralisadas desde a irrupção da crise em março, o que ajudou a elevar o preço do petróleo cru para mais de 125 dólares o barril, valor mais alto desde julho de 2008.

A Arábia Saudita e outros produtores da Opep intensificaram unilateralmente a produção de petróleo para compensar a queda nos estoques, mas o reino pisou no freio recentemente devido à baixa demanda, disseram fontes à Reuters nesta quarta-feira.

Papel do Catar

Entidades do mercado de petróleo disseram acreditar que o Catar desempenhou um papel ajudando a empresa Vitol a exportar um carregamento de petróleo cru líbio no início deste mês, assim como auxiliar a Trafigura, que declarou nesta quarta-feira estar discutindo a exportação de petróleo cru dos portos de Benghazi ou Tobruk, no leste, controlados pelos rebeldes.

Uma autoridade dos rebeldes com conhecimento direto dos planos de exportação do Conselho Nacional Líbio (LNC na sigla em inglês) se recusou a dar detalhes, dizendo que um ataque ao campo de Sarir no início do mês por partidários de Kadafi foi resultado de relatos da mídia sobre as exportações de petróleo planejadas pelos insurgentes.

"Estamos em guerra, e é pela segurança de nossos suprimentos (de petróleo)," declarou.

O Grupo de Contato da Líbia se reúne no Catar nesta quarta-feira para discutir o futuro da Líbia, e os encontros incluem representantes do LNC.

O grupo pedirá a governos ocidentais uma ajuda de 1,5 bilhão de dólares para as necessidades de civis nas áreas sob controle rebelde e gostaria de obter ajuda humanitária em troca de carregamentos de petróleo, disse Shamman.

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