Rebeldes: segundo fonte, no pacto estão incluídos o governo de Damasco e grupos opositores (Ammar Abdullah/Reuters)
EFE
Publicado em 28 de dezembro de 2016 às 11h52.
Beirute - Alguns líderes de grupos rebeldes afirmaram nesta quarta-feira que não receberam nenhuma proposta para estabelecer um cessar-fogo na Síria, apesar do anúncio feito por Rússia e Turquia de que tinham alcançado um pacto para uma trégua.
Em declarações telefônicas para a Agência Efe, o coordenador dos insurgentes Abdelmoneim Zeinedin afirmou que não recebeu nenhuma informação a este respeito.
"Não tenho conhecimento de nada sobre este tema", disse Zeinedin, coordenador dos rebeldes na província de Aleppo.
O chefe de Relações Exteriores do Movimento Islâmico dos Livres de Sham, Labib al Nahas, confirmou em um tweet que sua organização não recebeu até o momento nenhuma "proposta oficial para um cessar-fogo na Síria".
"As notícias que falam de acordo de cessar-fogo são incorretas", escreveu Nahas.
O Movimento Islâmico dos Livres de Sham, de tendência salafista, é um dos principais grupos armados do país árabe, enquanto Zeinedin está vinculado ao Exército da Conquista, uma das alianças insurgentes mais importantes da Síria.
A agência de notícias turca "Anadolu" informou hoje que Ancara e Moscou tinham chegado a um acordo de cessar-fogo em toda a Síria, que entrará em vigor a partir das 21h GMT (19h de Brasília).
Segundo essa fonte, no pacto estão incluídos o governo de Damasco e grupos opositores.
Se o cessar-fogo for bem sucedido, tanto as autoridades sírias como a oposição iniciarão negociações políticas em Astana, a capital do Cazaquistão, sob a tutela da Turquia e da Rússia, segundo a "Anadolu".
No entanto, ontem, a Comissão Suprema para as Negociações (CSN), a principal aliança opositora síria que reúne formações políticas e militares, revelou que ainda não tinha sido convidada para essa reunião, prevista para as próximas semanas.
Até agora, o governo sírio não se pronunciou sobre o pacto turco-russo.
A Turquia apoia grupos opositores sírios, enquanto a Rússia dá suporte ao regime do presidente da Síria, Bashar al Assad.