Aeroporto John F. Kennedy, em Nova York: americanos restringiram voos da China e impuseram limitações a voos de Irã, União Europeia, Reino Unido e Irlanda (Shannon Stapleton/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 24 de março de 2020 às 07h13.
Última atualização em 1 de abril de 2020 às 20h06.
O governo americano observa o crescimento no número de casos de coronavírus no Brasil e não descarta a possibilidade de restringir os voos do país aos EUA. Um funcionário do alto escalão do Departamento de Segurança Interna disse nesta segunda-feira, 23, que a força-tarefa contra a pandemia reavalia diariamente a necessidade de novas restrições e, ao falar sobre a América Latina, mencionou especificamente o Brasil como o país que mais preocupa.
Segundo o funcionário, há uma preocupação com a "rápida aceleração" da contaminação em países como Brasil, que tem hoje mais de 1.500 casos confirmados. Todos os dias, a força-tarefa liderada pelo vice-presidente americano, Mike Pence, revê os dados globais e analisa novas medidas para conter a pandemia.
Os EUA têm mais de 40.000 casos confirmados de coronavírus em todos os estados. No fim de janeiro, os americanos restringiram os voos originários da China. Depois, impuseram limitações a voos de Irã, União Europeia, Reino Unido e Irlanda. As medidas restringem a entrada de estrangeiros. Apenas americanos ou moradores com status de residentes permanentes são admitidos no país.
No sábado 21, o Centro de Controle de Doenças dos EUA (CDC) aumentou para o nível 3 o alerta para viagens ao Brasil. Esse é considerado um dos indicativos de que os americanos observam atentamente a situação no país.
Até agora, os EUA não restringiram a chegada de brasileiros, mas recomendaram que viagens não essenciais ao país sejam evitadas e os que voltarem do Brasil para os EUA fiquem em casa por 14 dias.
O funcionário afirmou ontem que as restrições já impostas são por tempo limitado, mas disse que é "difícil vislumbrar o fim das restrições". Elas só ocorrerão quando houver sinais de desaceleração do número de infectados.
Ontem, em coletiva de imprensa, o presidente Donald Trump agradeceu ao Brasil a cooperação para que os EUA trouxessem 103 americanos que estavam em território brasileiro, depois de realizarem um cruzeiro. Segundo ele, maioria era composta de idosos e os americanos foram recebidos pelo governo do Texas.